Major da PM diz que aumento da posse de arma pode facilitar feminicídios

Todos os posts, Últimas notícias

Na avaliação da major da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Cláudia Nunes, “qualquer situação que facilite o acesso das pessoas à arma — que vai estar no mesmo ambiente da vítima e do autor — aumenta a probabilidade do objeto ser usado para o feminicídio. Mas isso ainda é uma hipótese.”

O Universa, canal do UOL, publicou nesta quarta-feira (13) o depoimento da major Nunes, cientista social e policial militar do estado do Rio de Janeiro desde os anos 1990. Ela, assim como outros membros da Polícia Militar no Brasil, também não concorda com a política de posse e porte de arma que o governo Bolsonaro tenta implementar.

A major aponta ainda para o aumento de casos de feminicídio. “Aí vão dizer que a arma não dispara sozinha. Claro, mas quando os problemas aumentam, pode haver uma busca pela arma. No caso do feminicídio, o saldo é sempre o pior possível: a mulher morta, o homem preso ou suicida e as crianças órfãs.”

Ela pontua ainda quem se torna o maior alvo deste tipo de violência. “As mulheres pretas são alvo das agressões mais graves. A taxa de negras vítimas de feminicídio é o dobro das brancas.”

A major, que é parte de uma minoria de 16 mulheres que se formaram em uma turma de 122 cadetes, mostra um olhar humanista para a violência que presencia diariamente em sua profissão. “Dentro de cada registro há hematomas, dores e o peso de pessoas e famílias destruídas. Não posso naturalizar isso.”

Do PT