De licença em destino não revelado, Covas vê de longe caos após chuva em SP

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Enquanto famílias ficavam ilhadas em alagamentos e o trânsito travava por causa de panes em sinais e árvores caídas, o prefeito de São Paulo acompanhava tudo de longe. No último sábado, Bruno Covas (PSDB) tirou licença não remunerada de sete dias, a quarta desde que assumiu o cargo, há menos de um ano. O destino do prefeito não foi revelado. Apenas foi dito que ele retomaria o expediente nesta terça-feira.

Covas não possui um vice-prefeito. Ele era o vice na chapa de João Doria, que no passado deixou o cargo de prefeito para disputar o governo do estado. Coube ao presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma (PSDB), assumir a prefeitura de forma interina. Questionado sobre por onde anda Bruno, Tuma foi enigmático: “O prefeito Bruno Covas está presente e comandando todas as ações”.

O prefeito paulistano resumiu sua atuação, por enquanto, a duas postagens nas redes sociais. Numa mensagem distribuída por meio de Twitter e Facebook, anunciou, já no final da manhã, a suspensão do rodízio municipal de veículos. No Instagram, ainda no domingo, disse que a prefeitura passaria a noite trabalhando e que ele próprio estava “acompanhando com o secretário (de Subprefeituras), Alexandre Modonezi”. Na última postagem o prefeito usou uma foto do transbordamento do Rio Tamanduateí, em Santo André, município no ABC paulista.

Segundo levantamento do vereador Antonio Donato (PT), com a licença iniciada no último sábado, somarão 19 dias afastado do comando da cidade por motivos particulares.

Donato acusa Covas de não encarar a missão de prefeito e diz que falta “transparência para as licenças”:

— Ele está escondido. É proibido qualquer assessor dizer onde ele está. Falta transparência. Ninguém quer que ele não tenha um descanso, mas há um exagero. A cidade exige muito do prefeito e alguém que se coloca nessa situação precisa encarar como missão durante quatro anos —, afirmou o petista.

No período em que era vice-prefeito, entre janeiro de 2017 e março de 2018, Covas havia tirado outras três licenças, que somaram 27 dias. Na primeira delas, em agosto de 2017, passou uma temporada nas praias da Croácia com amigos.

Desde o começo da atual gestão, em 2017, Covas ficou um total de 108 dias longe da cidade, entre licenças particulares e viagens nacionais e internacionais para participar de reuniões e eventos como representante da cidade.

Apenas no período como prefeito, já com a saída de João Doria, os dias ausentes somaram 46. A rotina de viagens e licenças deu margem para ataques da oposição. Petistas, como o presidente do partido na cidade, Paulo Fiorilo, chegaram a chamá-lo de forma irônica de “Bruno Surfistinha” em postagem nas redes sociais.

De O Globo