Depois de se desculpar, Onyx é suspeito de receber “Caixa 3” da OAS

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Reportagem da Folha de S. Paulo deste sábado (09) revela que o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM/RS), seria um dos políticos beneficiados por doações de campanhas eleitorais feitas por empresas apontadas por delatores como laranjas da empreiteira OAS, em esquema de financiamento batizado de “Caixa 3”.

O dinheiro teria sido repassado, nas eleições de 2010 e 2014, a candidaturas e partidos por prestadoras de serviço da construtora. Legalmente, a OAS não podia doar a campanhas mais do que 2% de seu faturamento bruto e, em alguns casos, a empreiteira não tinha interesse em estar explicitamente associadas a certas figuras políticas.

Por essa razão, superfaturava valores pagos a empresas menores para que, segundo delatores, a diferença fosse repassada às campanhas beneficiadas.

Das firmas mencionadas, ao menos 13 doaram oficialmente R$ 5 milhões a candidatos não mencionados nos depoimentos. Os cruzamentos dos dados com as prestações de contas fornecidas à Justiça Eleitoral, no entanto, apontam o recebimento de R$ 50 mil da empresa Arcoenge por Onyx em 2010, quando concorria a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo DEM.

O ministro da Casa Civil já admitiu ter recebido recursos de “caixa 2” da JBS. Em entrevista ao programa Canal Livre, na TV Bandeirantes, Onyx disse que fez uma tatuagem para “lembrar o erro” de ter recebido dinheiro via Caixa 2 da JBS.

“Eu fiz isso para que eu nunca mais erre. Isso é para me lembrar do dia em que eu errei”, disse Lorenzoni, sobre a tatuagem, uma reprodução do versículo bíblico do evangelho de João (8:32): “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, com a palavra liberdade escrita logo abaixo.

Após confessar em vídeo ter recebido R$ 100 mil via Caixa 2 da JBS em 2014, Lorenzoni é investigado por ter recebido um segundo repasse não declarado pela mesma empresa, em 2012.

Mesmo com a confissão, Onyx conta com a “confiança pessoal” do agora colega Sérgio Moro, ministro da Justiça. Em novembro de 2018, Moro minimizou: “Ele já admitiu os seus erros e pediu desculpas”.

Do PT