Fazendeiro é preso suspeito do assassinato de militantes do MAB

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Suspeito de ser mandante do assassinato de Dilma Ferreira Silva, o fazendeiro Fernando Ferreira Rosa Filho, 43, teve o mandado de prisão temporária expedido pela Justiça na noite desta terça-feira (26). Ele foi localizado no município de Tucuruí, sudeste do estado do Pará.

O corpo de Dilma foi encontrado na última sexta-feira (22) com sinais de tortura, após ela ter sido brutalmente assassinada em sua casa no assentamento Salvador Allende, na zona rural do município de Baião, que fica a 60 km de distância de Tucuruí.

O crime foi um triplo homicídio: Claudionor Amaro Costa da Silva, 42, companheiro dela, e um conhecido, Hilton Lopes, 38, também foram mortos à tiros na frente do comércio do casal, que fica ao lado da casa de Dilma, integrante da coordenação do MAB.

No domingo (24), outras três pessoas foram assassinadas: Marlete da Silva Oliveira e Raimundo de Jesus Ferreira, caseiros e o tratorista Venilson da Silva Santos tiveram seus corpos carbonizados na fazenda de Fernando Ferreira Rosa Filho, onde eles trabalhavam e que fica a 14 km do assentamento.

Além de ser acusado como mandante dos dois crimes que resultou na morte de seis pessoas, Fernando Ferreira Rosa Filho já tem outras passagens por envolvimento com o tráfico de drogas, agiotagem, receptação, roubo a banco, homicídio e grilagem de terras.

De acordo com a linha de investigação policial, o suspeito estava prestes a construir uma pista clandestina de pouso de aeronaves para servir de ponto na rota do tráfico de drogas da região. E que o possível motivo dos crimes seja fundiário, já que seria de interesse do mandante as terras ocupadas por Dilma, que era moradora do assentamento.

Segundo nota divulgada à imprensa assinada pelo delegado Dr. Alberto Teixeira de Barros, “com depoimentos importantes ficou nítido que Fernandinho tem entre seus ‘empreendimentos criminosos’ a grilagem de terras e a contratação irregular de funcionários para a sua fazenda”.

Os suspeitos de serem os executores dos crimes são quatro irmãos: Alan Alves, Cosme Francisco Alves, Marlon Alves (que estava foragido de uma ação por homicídio) e Glaucimar Francisco Alves (com outro mandado de prisão de 2015). De acordo com a polícia, estão sendo realizadas diligências nos municípios de Novo Repartimento, Tucuruí e Baião na busca dos outros quatro acusados.

O Movimento dos Atingidos por Barragens reconhece a celeridade da polícia na investigação e afirma: “vamos cobrar investigação até o final e o fortalecimento dos mecanismos de proteção aos defensores dos direitos humanos e militantes para que isso não volte a acontecer”. Para o MAB, “é preciso avançar, a verdadeira forma de resolver isso é resolvendo a pauta dos atingidos, que é uma dívida histórica no Pará e no Brasil”.

Do PT