Nova Zelândia proíbe armas semiautomáticas após ataque

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A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta quinta-feira (21) a proibição imediata da venda de fuzis de assalto e outras armas longas semiautomáticas no país, em resposta ao ataque contra duas mesquitas em Christchurch, que deixou 50 mortos na última sexta (15).

“Anuncio que a Nova Zelândia proibirá todas as armas semiautomáticas de estilo militar. Também proibiremos todos os fuzis de assalto”, disse Ardern, que anunciou medidas provisórias para evitar uma enxurrada de compras antes da entrada em vigor da proibição.

“A consequência será que ninguém poderá comprar estas armas sem uma autorização da polícia e posso garantir que não terá sentido solicitar tal permissão”.

Ardern também anunciou a proibição de carregadores de grande capacidade e dos dispositivos que permitem realizar disparos mais rápidos.

“Para resumir, cada arma semiautomática empregada no ataque terrorista de sexta-feira será proibida neste país”.

Na sexta-feira passada, o supremacista branco australiano Brenton Tarrant utilizou um fuzil de assalto nos ataques contra duas mesquitas de Christchurch, em um massacre transmitido ao vivo no Facebook.

O atirador obteve cinco armas legalmente e tinha licença para porte.

A premiê afirmou que espera que as novas regras passem a valer a partir de 11 de abril.

Para as armas já adquiridas, Ardern anunciou um sistema de recompra que exigirá entre 100 e 200 milhões de dólares neozelandeses (entre R$ 260 milhões e R$ 525 milhões), em função do volume de armas recebidas.

Quem mantiver as armas após o período de anistia enfrentará multas equivalentes a R$ 15 mil e três anos de prisão.

Horas depois do ataque, a primeira-ministra afirmou que promoveria mudanças na lei de controle de armas do país.

A Nova Zelândia combina um baixo número de homicídios com a facilidade de se obter armamentos.

No total, mais de 238 mil pessoas no país de 4,7 milhões de habitantes têm acesso armas. Estima-se que haja entre 1,2 e 1,5 milhão de armas de fogo na Nova Zelândia, sendo que 13.500 seriam semiautomáticas.

Sob a lei em vigor em vigor à época do atentado, qualquer pessoa com mais de 16 anos no país poderia uma permissão para comprá-las.

Cabe à polícia autorizar —em geral, apenas pessoas com histórico criminal, de uso de drogas ou de problemas psiquiátricos são barradas. O registro não é obrigatório.

“Acredito firmemente que a vasta maioria daqueles que possuem armas legalmente na Nova Zelândia entenderão que essas medidas são de interesse nacional, e vão apoiá-las”, disse Ardern nesta quinta.

A associação civil Fazendeiros Federados, que representa milhares de fazendeiros neozelandeses, declarou seu apoio às novas regras.

“Essa mudança não será popular entre alguns de nossos membros, mas após uma semana de intenso debate e análise pelos nosso representantes eleitos e funcionários, acreditamos que esta seja a única solução viável” afirmou o porta-voz  Miles Anderson em um comunicado.

Da FSP