Chuva deixa ao menos três mortos no Rio de Janeiro

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Ao menos três pessoas morreram no Rio de Janeiro após a cidade ser atingido por um forte temporal na noite desta segunda-feira (8).

Por causa da chuva, o Rio entrou em estágio de crise. A classificação é a pior em uma escala de três e alerta para previsão de chuva forte ou muito forte, capaz de causar múltiplos alagamentos e deslizamentos.

Os bombeiros foram acionados às 22h para a rua Marquês de São Vicente, na Gávea, zona sul, para retirar um homem supostamente afogado, que se encontrava preso debaixo de um carro.

Em uma foto que circula em grupos de ​WhatsApp é possível ver apenas as pernas do homem. Segundo o corpo de bombeiros, a vítima não resistiu e morreu. ​

Outras duas mulheres morreram soterradas em u​m deslizamento de terra no Morro da Babilônia, na zona sul. Segundo os bombeiros, que atuam no local a procura de novas vítimas, ao menos uma casa foi atingida.

Durante a madrugada foram registrados 45 pontos de alagamento e oito quedas de árvores. A Defesa Civil acionou 39 sirenes em 20 comunidades da cidade.

“A gente estava esperando chuva forte mas não de tamanha intensidade e concentrada em um lugar só”, afirmou o prefeito Marcelo Crivella (PRB) em vídeo.

Por causa do temporal, Crivella anunciou a suspensão das aulas nas escolas da rede pública municipal nesta terça-feira (9).

Segundo o Centro de Operações Rio, foram interditados a avenida Niemeyer em ambos os sentidos, o Alto da Boa Vista, o túnel Rebouças sentido Lagoa, a avenida Ayrton Senna nos dois sentidos e as avenidas Borges de Medeiros e Epitácio Pessoa, as duas na Lagoa.

No início da madrugada, foram interditadas também a avenida Embaixador Abelardo Bueno, Mergulhão Billy Blanco, rua Jardim Botânico e as avenidas Oswaldo Cruz e Armando Lombardi.

A prefeitura confirmou a queda de mais um trecho da ciclovia Tim Maia, na altura do número 550 da Avenida Niemeyer, na zona sul, próximo ao Hotel Nacional.

Foram registradas chuvas muito fortes em estações de monitoramento nas zonas oeste e sul, em bairros como Recreio, Barra da Tijuca e Jacarepaguá. No Jardim Botânico, pessoas foram resgatadas em botes pelos Bombeiros.

A água encobriu parte de carros, derrubou árvores e paralisou o trânsito. Segundo a Prefeitura, em algumas localidades choveu em quatro horas mais do que o esperado para o mês.

A psicóloga Stephanie Sani, 23, ficou por mais de duas horas dentro de um ônibus parado na rua Jardim Botânico, localizada no bairro homônimo. O coletivo serviu de abrigo para dezenas de pessoas, entre passageiros e motoristas que perderam veículos na enchente.

“É desesperador. Tive vontade de chorar. Ligamos para os bombeiros, mas disseram que não têm como chegar”, relata ela, que até as 21h50 seguia lá dentro. “As pessoas querem ir embora, mas têm medo de descer e morrer ou pegar doença.”

A chuva também prejudicou a vida da publicitária Maria Luiza Massa, 27, que ficou presa na estação de metrô Jardim de Alah, no Leblon, por mais de uma hora.

Ela conta que as ruas do entorno estavam alagadas, com a água chegando até o joelho. “Não passavam ônibus, vans ou carros”, diz ela, que seguia para o Jardim Botânico. Conseguiu escapar da multidão que se aglomerava na estação e foi para um shopping próximo. Só não conseguiu evitar passar pela água suja.

A previsão do tempo para esta terça-feira (9) é de céu encoberto com possibilidade de chuva moderada a forte ao longo do dia. A mínima prevista é de 20°C e a máxima de 28°C.

Da FSP