Drauzio Varella sai em defesa de um Censo sem cortes em 2020

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O médico e escritor brasileiro Drauzio Varella saiu em defesa doCenso 2020 , que terá seu orçamento reduzido em 25% com o corte de perguntas do questionário , em um vídeo. Ele foi gravado para a campanha Todos pelo Censo 2020, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores do IBGE (Assibge).

Na gravação, com duração de dois minutos, Drauzio enumera as consequência da “não realização ou corte” da pesquisa sobre a área da saúde. Segundo o médico, ficar sem o Censo significaria “não ter o mínimo de informações necessárias para proporcionar bem-estar à população”. Ele disse que é preciso defender a realização da pesquisa “para o nosso bem e do Brasil”.

– O Censo demográfico 2020 está em risco. Não tem dinheiro nem pessoas suficientes garantidas para a sua realização. E o que significa para a saúde do Brasil não realizar ou cortar o Censo 2020? Só o Censo traz informações de cada cidade e de cada bairro do Brasil. Ficar sem o Censo significa não saber quantas crianças vivem em cada cidade para calcular a quantidade de vacinas necessárias, contra a pólio, o sarampo, as vacinas de modo geral. Significa não saber quantas são as mulheres para planejar a quantidade necessária de equipamentos para exames de mamografia e outros essenciais para a saúde feminina e não saber quantos idosos vivem em cada cidade para comprar os medicamentos para as doenças crônicas e quantas são as pessoas com deficiência para planejar políticas de reabilitação; em quais bairros estão concentrados os domicílios  em condições mais precárias, sem banheiros, sem água encanada e sem despejo adequado de esgoto. Sem saneamento básico não há saúde e aumenta a mortalidade infantil – pontuou o médico.

Pressionado pelo governo federal a cortar custos, o IBGE anunciou, na semana passada, que o orçamento do Censo 2020 terá de ser reduzido de R$ 3,4 bilhões para R$ 2,3 bilhões, pois a “diretriz do governo federal é de restrições orçamentárias”. Em nota, o instituto informou que a operação está sendo revista e que tornou-se necessário ajustar os questionários. O instituto garantiu que não haverá perda de informações.

Na quarta-feira à noite, em entrevista ao programa de TV por assinatura Central GloboNews, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou à criticar o tamanho do questionário da pesquisa e disse que o orçamento do Censo terá de ser enxugado por uma questão de “economia”.

Conselheiros do Censo e integrantes do corpo técnico do instituto estão preocupados, no entanto, com o tamanho do corte que será necessário dar na pesquisa para atender à economia desejada . Na segunda-feira passada, ocorreu a primeira reunião do Conselho Consultivo do Censo depois do anúncio do corte. Ela terminou com o grupo rachado e o corpo técnico do instituto descontente com o tamanho da redução determinada pela presidente.

Segundo um dos participantes do encontro, Susana impôs um corte “substancialmente” maior que o esperado ao questionário que será aplicado na pesquisa da população, sem apresentar uma planilha de custos que comprove a economia do ajuste. Isso teria desagradado parte dos conselheiros e do corpo técnico, que chegou a apresentar uma proposta de Censo mais enxuto, mas foi descartada pela presidente.

Susana teria pedido um corte maior que o apontado pelos técnicos, ainda que não tenha especificado a quantidade de perguntas a serem eliminadas e sobre quais temas. O IBGE informou que o corte do questionário ainda está em estudo. Uma proposta será elaborada pelo economista Ricardo Paes de Barros, que integra a comissão.

O temor de uma fonte ouvida pelo GLOBO, que participou da reunião, é que o ajuste exigido pela presidente descaracterize a pesquisa, tornando-a “uma simples contagem populacional”. Isso poderia provocar um “apagão nos ministérios”, ainda segundo a fonte, tendo em vista que as informações do Censo são balizadoras de muitas políticas públicas e ações das pastas.

— Eles podem passar a trabalhar no escuro – disse a fonte.

Procurada pelo GLOBO, a direção do IBGE informou, em nota, que o orçamento do Censo 2020 ainda está em discussão e depende de aprovação do Tesouro Nacional, mas já trabalha para apresentar “possíveis cenários” com a necessidade de uma redução de 25% no custo da pesquisa como parte do esforço do governo de redução de gastos.O instituto admite que vem “empreendendo esforços no sentido de simplificar a operação censitária e, com isso, assegurar a qualidade de sua cobertura territorial e a qualidade das respostas”.

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Publicado por Em defesa do Censo em Terça-feira, 16 de abril de 2019

De O Globo