Enquanto focamos na estupidez de Bolsonaro, sua equipe entrega a Petrobrás aos gringos

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A Petrobras acertou a venda de 90% da Transportadora Associada de Gás (TAG), que opera a rede de gasodutos nas regiões Norte e Nordeste, para o consórcio formado pela francesa Engie e o fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ). O negócio, de acordo com comunicado da estatal à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foi de US$ 8,6 bilhões.

O valor inclui a dívida de US$ 800 milhões da TAG com empréstimos do BNDES. Segundo a Petrobras, foi considerada uma taxa de câmbio de R$ 3,85 por dólar. Segundo a estatal, o consórcio apresentou a melhor proposta, representando um valor da empresa de R$ 35,1 bilhões para 100% da TAG, na data base de dezembro de 2017.

“A Petrobras continuará a utilizar os serviços de transporte de gás natural prestados pela TAG, por meio dos contratos de longo prazo já vigentes entre as duas companhias, sem qualquer impacto em suas operações e na entrega de gás para distribuidoras e demais clientes”, destacou a estatal em nota.

A TAG tem uma rede com 4,5 mil quilômetros de extensão. A Engie é a maior geradora privada de energia elétrica no Brasil, com capacidade instalada de 10.207 megawatts (MW). Um de seus principais ativos é a usina de Jirau, no Rio Madeira. No exterior, a companhia tem uma série de ativos no mercado de gás.

“A conclusão da transação está sujeita à aprovação pelos órgãos de governança da Petrobras e de defesa da concorrência”, afirmou a Petrobras.

O processo de venda da TAG começou em 2017. Numa primeira etapa, chamada de fase vinculante, a empresa francesa apresentou a melhor proposta. Na fase posterior, denominada “rebid”, a Petrobras discute com o melhor ofertante as condições do contrato de compra e venda. Ao mesmo tempo, abre oportunidade para que o segundo e terceiro colocados na disputa apresentem nova proposta. Além da Engie, também participam da disputa a Itausa, que controla o Itaú, e o EIG Global Energy junto com o fundo Mubadala, de Abu Dhabi.

Especialistas do setor consideraram que a venda da TAG pela Petrobras foi um passo importante na direção da abertura do mercado de gás natural no país para a entrada de empresas privadas no setor que permitirá uma futura redução nos preços do produto com uma maior competição.

Segundo Marco Tavares, sócio da consultoria Gas Energy, apesar de a venda ser positiva, é preciso definir qual o espaço que as empresas privadas poderão utilizar na malha dos gasodutos, que hoje são ocupados integralmente pela estatal.

– O mercado espera que não se fique só na venda dos gasodutos. A Petrobras precisa fixar a alocação dos contratos de transporte do gás. Assim, será possível saber quais dutos poderão estar disponíveis para outras empresas – destacou Marco Tavares.

o executivo explicou que atualmente a Petrobras tem contratado 100% da rede de dutos mesmo sem utilizar sua capacidade total, não permitindo que outras empresas utilizarem a malha. Segundo Tavares, é como um hotel que teve 100% dos quartos contratados por uma empresa, mas que está utilizando só 50% de sua capacidade. Então, mesmo com uma parte dos quartos vazios, o hotel não pode ceder para outro cliente.

De O Globo