Governo da Bahia muda nome de escola para Mestre Moa do Katendê, morto por bolsonarista

Todos os posts, Últimas notícias

Através de portaria publicada nesta quarta-feira (17), o secretário de Educação do Estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues Souza, mudou o nome do Colégio Estadual Victor Civita para Colégio Estadual Mestre Moa Do Katendê. A escola fica na capital baiana e tem como mantenedora o governo estadual.

O mestre de capoeira e militante da cultura negra Romualdo Rosário da Costa, de 63 anos, conhecido como Moa do Katendê, foi esfaqueado e morto em um bar, em outubro do ano passado, na região do Dique do Tororó, em Salvador.

O crime aconteceu logo após o capoeirista ter uma discussão sobre política com, segundo postagem de amigos e alunos nas redes sociais, “um eleitor do fascista ‘coiso’”, se referindo ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

A sua morte causou grande comoção mundial. O ex-Pink Floyd, Roger Waters, homenageou o capoeirista Moa do Katendê em sua apresentação em Salvador, na Arena Fonte Nova. Uma imagem no telão mostrou mestre Moa. O cantor foi ovacionado pela plateia.

O cantor e compositor baiano gravou, na época, uma canção em homenagem ao capoeirista.

Mestre Moa do Katendê foi um compositor, percussionista, artesão, educador e mestre de capoeira brasileiro.

Considerado um dos maiores mestres de capoeira de Angola da Bahia, começou a praticar capoeira aos oito anos de idade, no terreiro de sua tia, o Ilê Axé Omin Bain.

Foi campeão do Festival da Canção do bloco Ilê Aiyê em 1977. Promoveu o afoxé, fundando em 1978 o Badauê, e em 1995 o Amigos de Katendê. Defendia um processo de “reafricanização” da juventude baiana e do carnaval, seguindo as propostas de Antonio Risério.

Victor Civita, que dava o nome anterior ao colégio, foi um empresário que fundou a Editora Abril, que publica, entre outras a Revista Veja.

Da Fórum