Manifestantes protestam contra cortes na Cultura da gestão Doria

Todos os posts, Últimas notícias

Manifestantes se reuniram na tarde deste domingo (7) em frente ao Masp, na avenida Paulista, para protestar contra o corte de 23% da verba do estado destinado à cultura.

Com cerca de 150 pessoas, segundo a Polícia Militar, e 500 de acordo com os organizadores, a marcha contou com a presença de músicos e membros de projetos culturais que estão na lista de afetados pelo decisão do governo. Os manifestantes seguiram pela avenida Brigadeiro Luís Antônio rumo ao Museu Afro Brasil, no parque Ibirapuera, que corre risco de encerrar as atividades nas sextas, sábados e domingos.

“O museu já está no seu limite. Ele sempre esteve à margem nas discussões e isso abala a preservação da cultura afro-brasileira”, diz Leandro Mendes da Silva, 32, educador do Museu Afro Brasil. Segundo Leandro, os funcionários da instituição estão se organizando para fazer novos atos contra a medida do governo.

Outros protestos em apoio à Lava Jato e ao ex-presidente Lula, preso há um ano, também estavam marcados para a avenida Paulista. De acordo com a Rádio CBN, a Polícia Militar apartou uma confusão entre uma mulher e quatro homens, que participavam dos atos.

Com gritos de “Não ao corte na cultura, fora Doria!”, o ato saiu às 13h.

A manifestação contou a presença do maestro João Carlos Martins, um dos criadores da Fundação Bachiana, organização privada que promove projetos voltados para música e cultura.

“O corpo de uma nação é a indústria, o comércio, a saúde, a educação. Mas a alma é a cultura. O secretário é uma pessoa de bom senso e o governador, também. Duvido que eles vão cortar linearmente verbas para a cultura vendo o trabalho que está sendo feitos [nessas instituições]”, disse.

Os manifestantes encerraram o ato com uma apresentação de parte da Orquestra Jovem do Estado (Emesp), interpretando Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, e fizeram uma roda de conversa sobre a situação da cultural em São Paulo.

Além do Museu Afro Brasil, os cortes promovidos pelo governo também podem atingir a Pinacoteca do Estado, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, programas como o Oficinas Culturais, o Museu da Imagem e do Som, a Casa das Rosas, o museu Guilherme de Almeida e a Orquestra do Theatro São Pedro.

Segundo a Associação Brasileira das Organizações Sociais de Cultura, cerca de 53 mil alunos que participam de atividades educacionais na capital e no interior de São Paulo podem ser prejudicados.

A associação ainda diz que a Pinacoteca terá que cancelar o ingresso gratuito oferecido aos sábados e que 153 mil visitantes se valem do benefício todo ano. Também pode haver demissões e cancelamento de exposições.

Da FSP