Para Moro, fuzilamento no Rio “é algo que pode acontecer”

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O Ministro da Justiça e da Segurança Pública Sérgio Moro foi o entrevistado desta terça-feira (09) na estreia da nova temporada do Conversa com Bial. Dadas as últimas notícias relativas à segurança pública do país, Bial precisou atualizar a entrevista em conversa remota com Moro.

No último domingo (07), um carro foi alvejado com 80 tiros por militares do exército e levou à morte o músico Evaldo Rosa. “Foi um incidente bastante trágico. É algo que pode acontecer. De imediato, o exército começou a apurar esse fato. Tem que apurar. Se houve ali um incidente injustificável em qualquer espécie, as pessoas têm que ser punidas”, disse.

Questionado sobre o seu pacote anticrime, em que o ministro trata de “violenta emoção” para justificar legítima defesa, Sérgio Moro disse que o caso dos 80 tiros nada teve a ver com o seu pacote. “Havendo uma situação de legítima defesa, se há o excesso, esse pode ser atenuado pela situação de violenta emoção. Mas não me parece o caso em questão”, esclareceu.

Sobre as prisões da Operação Lava Jato, em especial a do ex-presidente Lula, Moro disse que nenhum juiz penal tem o prazer de aplicar uma sentença que possa prejudicar a vida de alguma pessoa. “Temos que pensar também na vítima. Temos casos em que a vítima é a sociedade. A vítima, nesses crimes de corrupção, é a administração pública. Na Lava Jato, o que foi descoberto é que era um sistema de corrupção, onde suborno virou rotina. Isso afeta confiança. Democracia demanda confiança”, esclareceu.

O Ministro da Justiça ainda falou sobre as questões políticas relacionadas ao cargo. “É necessário fazer política, não necessariamente partidária. Mesmo dentro do Governo, há necessidade de ‘vender’ os projetos da pasta. Porém, sempre vi meu cargo como uma questão eminentemente técnica”, concluiu.

Do Observatório da Televisão