Rio de Janeiro no caos: impeachment, fuzilaria do exército e enchentes

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O interminável Francisco Dornelles —descendente de bandeirantes e ouvidores de capitania, economista do regime militar, eminência parda da Nova República, conselheiro íntimo do delator Sérgio Cabral e inocente vice do governador Pezão— parece ser uma das poucas pessoas que permanecem ao lado de Marcelo Crivella. O prefeito do Rio está mais uma vez na berlinda, acusado de renovar de forma ilegal dois contratos de concessão de publicidade.

“Existe uma identidade muito grande entre o Progressistas [partido de Dornelles] e Vossa Excelência. Às vezes não sei se você veio do meu partido ou eu que vim do seu”, disse a velha raposa, logo depois da abertura do processo de impeachment contra Crivella. O mimo teve seu preço cobrado imediatamente: dois políticos do PP foram nomeados para o primeiro escalão da prefeitura em troca do apoio de dois vereadores da sigla na Câmara Municipal.

A tentativa de afastar Crivella é um troco político. Logo após o aumento do IPTU, em 2017, ele descumpriu acordos —leia-se liberação de verbas— que firmara com sua base. A meta, a partir de novas alianças, passou a ser o projeto de reeleição. Pois agora a maioria na Câmara está disposta até a mudar a Lei Orgânica, a fim de entregar aos vereadores o poder de eleger o novo prefeito, caso o impeachment vingue.

A crise antecipou a corrida eleitoral. De um lado, o PSOL de Marcelo Freixo; de outro, o PSL de Rodrigo Amorim, aquele que rasgou a placa de Marielle Franco. E Eduardo Paes (DEM) renasceu ao ganhar slogan de campanha nas redes sociais: “Saudade do meu ex”.

Enquanto isso, cartazes com o selo “Crivella de Esculhambação” surgem nos lugares mais descuidados da cidade.

O Exército cometeu um engano de 80 tiros. Cuidado que o próximo “enganado” pode ser você.

Da FSP