Alckmin chama Bolsonaro de oportunista

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No seu último discurso à frente do PSDB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin criticou duramente o governo de Jair Bolsonaro (PSL), de quem seu afilhado político, João Doria (PSDB), se aproximou no discurso para se eleger governador paulista no ano passado.

“Onde é que está a agenda de competitividade desse governo? Vamos ter coragem de criticar. Pôr o dedo na ferida”, disse Alckmin, puxando aplausos do público. “Santo Agostinho dizia ‘prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me adulam, porque me corrompem'”, continuou.

Alckmin discursou na convenção do PSDB que elegeu o ex-deputado Bruno Araújo novo presidente da sigla nesta sexta-feira (31). Araújo foi indicado ao posto por Doria, o principal nome do tucanato atualmente.

Em referência à crise de Bolsonaro com o Congresso, Alckmin se disse solidário ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que estava presente na convenção tucana.

“Tem a minha solidariedade, Rodrigo Maia, desses oportunistas, políticos por 30 anos, ele e a família inteira, e numa deslealdada vem atacar a vida dos homens públicos, jogando a sociedade contra as suas instituições”, disse.

“Não temos duas verdades: a extrema direita e a extrema esquerda. Temos duas grandes mentiras: o petismo e o bolsonarismo”, afirmou Alckmin, novamente arrancando efusivos aplausos.

Até então, os discursos de outros tucanos não haviam criticado Bolsonaro abertamente. A maioria dos caciques da sigla defendeu a reforma da Previdência, ressaltando que o apoio era por considerarem a medida necessária para o país e não por ser bom para o governo.

Nesse contexto, o relator da reforma da Previdência, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), foi exaltado na convenção em diversas ocasiões.

Alckmin defendeu ainda o voto distrital misto, o fortalecimento da cláusula de barreira para diminuir o número de partidos e o sistema parlamentarista, afirmando que o presidencialismo traz crise permanente,
Falando sobre o PSDB, que entregou nas mãos de Araújo, Alckmin disse que o partido voltará “a ser intérprete da esperança da população”.

“Ganhar ou perder eleições é do momento, é das circunstâncias. Às vezes se aprende mais na derrota do que na vitória”, disse Alckmin, que teve o pior resultado do PSDB numa eleição presidencial: alcançou apenas 5% dos votos no ano passado.

O ex-governador paulista relembrou as origens do PSDB e adotou um discurso alinhado com a social-democracia. “Temos que estar junto ao povo, os trabalhadores, os desfavorecidos, e lutarmos contra a desigualdade”, disse.

“O Brasil é o paraíso dos ricos, dos milionários e abandonam os menos favorecidos”, completou.

Da FSP