Depois de boicotar Bolsonaro, prefeito de NY é alvo de fake news nas redes sociais

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O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, é alvo de boatos falsos que circulam nas redes sociais sobre supostas acusações de corrupção, tráfico e estupro. As mensagens, em português, ganharam tração após o prefeito criticar o anúncio da ida do presidente Jair Bolsonaro à cidade, no início deste mês, para receber o prêmio Pessoa do Ano, da Câmara de Comércio Brasil-EUA.

Os boatos “embasam” a acusação contra o prefeito a partir de uma notícia publicada pelo jornal O Globo, em 2016, sobre a prisão de três chefes de polícia de Nova York em caso de corrupção “ligado a Bill de Blasio”. O texto que circula nas redes omite que a mesma reportagem informa que “não há indicação de que o prefeito teria relações com a conduta dos oficiais”.

O caso em questão se refere a uma investigação contra os empresários Jeremy Reichberg e Jona Rechnitz por pagamento de subornos e propinas a policiais nova-iorquinos para obter vantagens pessoais. No último dia 13, Reichberg foi condenado a quatro anos de prisão e a pagamento de US$ 50 mil em multas pelos crimes.

A relação do caso com Bill de Blasio ocorre pelo fato de Reichberg e Rechnitz terem organizado eventos para arrecadação de fundos para a campanha do democrata à prefeitura de Nova York. O prefeito, no entanto, não foi acusado de participar do esquema ou de algum outro crime relacionado ao caso.

O Estadão Verifica não encontrou informações que comprovem que o prefeito Bill de Blasio responde ou tenha respondido pelos crimes de tráfico e estupro.

Este boato foi selecionado para checagem por meio da parceria entre o Estadão Verifica e o Facebook. O site Boatos.org também verificou esta desinformação.

Boicote. Os ataques ao democrata repercutiram após o boicote contra a ida de Jair Bolsonaro a Nova York para receber o prêmio Pessoa do Ano, promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. No dia 3 de maio, o presidente, por meio de seu porta-voz, admitiu o cancelamento da viagem por causa dos protestos de diversos grupos.

“Em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade”, disse Otávio do Rêgo Barros, porta-voz da Presidência.

O evento foi transferido para Dallas, no Texas, onde Bolsonaro recebeu o prêmio na última quinta, 16.

Do Estadão