E se Bolsonaro nos colocar em guerra?

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Você já imaginou que este país, além de todos os seus problemas, pudesse se envolver em uma guerra não devido a uma agressão, mas porque o presidente da República tem divergências político-ideológicas com outro país e quisesse atacá-lo? Você já refletiu o que seria – ou será – da sua vida se o Brasil entrasse – ou entrar – em guerra com a Venezuela?

Os últimos desdobramentos da retórica de Bolsonaro sobre a Venezuela mostram que existe uma chance real – pequena, espera-se, mas fatalmente real – de o Brasil – o meu, o seu, o nosso Brasil – entrar em uma guerra.

Reportagem da Agência Reuters (a maior agência de notícias DO MUNDO, de origem britânica) relata que Bolsonaro disse que, se os Estados Unidos pedirem para usar nosso território para atacar a Venezuela, ele irá “estudar” o pedido e poderá, sim, autorizar tal ação militar a partir do nosso território.

Confira um trecho textual da matéria da Reuters:

Bolsonaro disse que até o momento não aconteceu nenhum contato do governo dos Estados Unidos para que o território brasileiro seja usado em eventual ação militar norte-americana na Venezuela [mas afirmou que] ‘Se porventura vier [o pedido dos EUA], o que é normal acontecer, o presidente reúne o Conselho de Defesa, toma a decisão, participa o Parlamento brasileiro’, disse Bolsonaro

Para quem não sabe, não é preciso que Bolsonaro declare guerra à Venezuela para colocar este país em guerra. Basta que ele tome alguma atitude que resulte em atos de guerra contra o país vizinho.

Ou seja: se o Brasil ceder seu território para que os Estados Unidos ataquem a Venezuela a partir daqui, estará cometendo um ato de agressão contra Venezuela e nosso país irá virar alvo da daquele país, podendo sofrer bombardeios e outros tipos de agressão militar.

E sabem o que é preciso acontecer para que essa tragédia se materialize? Basta que os Estados Unidos decidam atacar a Venezuela. Nesse aspecto, vale notar que já existe mobilização militar norte-americana para atacar o país fronteiriço com o Brasil.

Segundo o canal iraniano HispanTV, que divulga notícias em espanhol para a América Latina, “O chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, Craig Faller, disse que o Exército norte-americano está a postos para acatar as ordens do presidente Donald Trump sobre a Venezuela

Ou seja: quando os americanos dizem que estão prontos para a guerra, eles costumam já estar em literal estado de guerra contra o alvo da vez.

Ora, se os Estados Unidos já têm chefes militares deixando vazar avisos de que estão se preparando para guerrear contra a Venezuela, alguém tem dúvida de que pedirão para usar o território brasileiro para atacar o país vizinho? E alguém acha que Bolsonaro recusaria esse pedido?

Pensando nisso, o Blog da Cidadania resolveu dar uma olhada no decreto-lei 1.187 de 4 de abril de 1939, que dispõe sobre o serviço militar de nossos jovens, e encontrou alguns dados perturbadores.

Vejamos:

Art. 1º – Todo brasileiro é obrigado ao serviço militar para a defesa nacional (…)

Art. 5º, § 3º – Em caso de guerra externa, (…) todo brasileiro maior de 18 anos e até uma idade que o Governo fixará (…) poderá ser chamado a prestar serviço em defesa da Pátria.

Há muito mais, porém esses dois trechos da lei servem para mostrar que se você é um jovem ou tem um filho, um irmão, um namorado ou um amigo que se enquadra no texto legal acima, essa pessoa corre sério risco de ser mandada para morrer em uma guerra estúpida que não nos diz respeito e na qual entraríamos devido às cismas político-ideológicas de Bolsonaro.

Mas não é só. Guerra importa em desastre econômico, grande desemprego, escassez de tudo, até de alimentos, com consequente aumento da violência, da criminalidade e dos conflitos sociais em um país já cheio de problemas.

Se você votou em Bolsonaro e não está furioso com essas cretinices perigosíssimas que ele está promovendo e que podem estourar em cima de nossas cabeças, você não é só um idiota, um irresponsável e um moleque; você é um perigo para si mesmo, para sua família e para a sociedade brasileira. E deveria buscar tratamento psicológico. Assim como Bolsonaro.

Confira a reportagem em vídeo