Frota acusa Eduardo Bolsonaro de mimado e caroneiro do status do pai

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O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o deputado federal Alexandre Frota (PSL) trocaram farpas na última sexta-feira 10 no Twitter, após o ex-ator ironizar a reunião do filho do presidente Jair Bolsonaro com o apresentador de TV da Rede Bandeirantes, José Luiz Datena, e outros membros do PSL. Datena teria a intenção de disputar prefeitura de São Paulo em 2020, e tratou com o PSL uma futura filiação. Frota disse esperar que Datena não desista da filiação, “como fez na eleição passada”, e ironizou a reunião da “corte toda montada, inclusive a nova do PLS, Dra. Karina Kufa”. Eduardo respondeu: disse que Frota se elegeu na carona do Bolsonaro e que só fala mal da direita. Frota rebateu: “Existe filho caroneiro também”.

À ÉPOCA, o deputado federal falou sobre a relação com o filho do presidente e sobre a atuação de Eduardo, que é presidente do PSL em São Paulo, no partido: “Está sempre com pressa, cercado de seguranças, assessores, e olhando para o Twitter”.

Como você viu a resposta de Eduardo Bolsonaro ao seu tuíte sobre Datena ontem?

Eduardo precisa deixar de ser mimado. Em fevereiro, na diplomação em São Paulo, quando coloquei os militantes do PSOL para correr do palco, ele twittou que precisava de dez Alexandres Frotas. Agora mudou de ideia? Eduardo deveria estar mais presente no dia a dia do PSL na Câmara, liderar o partido, defender como deputado o presidente e defender como filho o pai. Esses papéis acabam sendo feitos por mim e por muitos deputados do PSL. Gosto dele, mas ele mal para para falar com as pessoas, não aparece nas reuniões do partido, está sempre com pressa, cercado de seguranças, assessores, e olhando para o Twitter. Não foi esse o Eduardo que dividiu os palcos e reuniões diversas vezes na campanha. Nessas oportunidades, ele não disse para mim, na minha cara, que eu era caroneiro. Foram pelo menos três anos trabalhando para o pai dele se eleger. Sim, eu fui na onda, peguei carona, aproveitei a onda Bolsonaro e me elegi, reconheço. Mas falta ele reconhecer que quando o pai dele era a chacota, quando não acreditavam e riam da cara do pai dele por querer ser presidente, eu estava lá gritando nas ruas, viajando o Brasil com a camisa dele, defendendo o Jair.

O que quis dizer quando disse que há ‘filhos caroneiros’?

Eu só estou no PSL porque ele, Eduardo, e o Bolsonaro me convidaram. Quer dizer que quando me convidou eu não era caroneiro? Ele também é caroneiro. Pegou carona como filho e saiu de 82 mil votos para 1 milhão e 800 mil votos. Ele contou que dei os parabéns para ele pela eleição? Não? Mas dei. Ele até hoje já cruzou comigo mil vezes e nunca me deu parabéns, sendo que eu saí na porrada com o PT por causa do pai dele. Falta gratidão.

O senhor pretende mesmo checar a frequência do deputado nos compromissos do partido, como disse em seu tuíte?

Eduardo nunca foi a uma reunião do Diretório Estadual, não assinou uma ata, se eu for pelo regimento do partido, ele roda. Eduardo foi alçado à presidência do PSL em São Paulo por ser vice? Mas ele conversou com os deputados federais? Não, está escalando uma curriola de deputados estaduais e, já sabendo que não aguenta o tranco, está terceirizado o partido para Gil Diniz, seu escudeiro fiel. Junior Bozella, por todo histórico dele, deveria ser o presidente do PSL estadual ou pelo menos o vice, pois esse trabalha. Mas nem isso Eduardo e a equipe dele querem compor. É tudo deles e nada nosso.

Essa discussão pode, de alguma maneira, rachar o partido?

O PSL atravessa uma fase de divisão total: Olavetes, militares da PM, e os ‘PSL raiz’. Temos problemas com laranjas, ministros, e tudo mais que sabemos na imprensa. É muito bom que o Eduardo queira moralizar o partido, mas ele vai precisar rever sua conduta, viajar menos talvez. Ele se transformou no ‘chanceler junior’ do Brasil. Esse partido precisa ser orgânico. Estamos fazendo um trabalho bom, mas fica difícil. O partido tem que se fortalecido. Não vai rachar, pelo menos não da minha parte. Eu jogo em equipe, sei da importância do outro. Mas o PSL desde o início foi preterido pelo próprio governo.

O senhor ascendeu rapidamente no PSL. Acredita que está incomodando algumas pessoas do partido?

Eu não faço proveito do meu mandato para promover minha imagem ou transformá-lo em campanha. Tenho gratidão, sou determinado e sou agradecido pelos colegas e equipe do PSL. Os resultados são em prol do meu trabalho, só isso.

Da Época