Ipea indica que, no primeiro trimestre, o crescimento da indústria foi baixo

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A indústria de transformação instalada no País está investindo um pouco mais na atualização tecnológica de seus equipamentos, mas de forma ainda muito tímida, estando ainda muito longe de esboçar uma tendência. O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), há pouco divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estima que, no primeiro trimestre, houve crescimento de apenas 0,6% dos investimentos em bens de capital em comparação com o último trimestre de 2018, com ajuste sazonal.

Verificou-se, porém, uma certa reação em março, tendo o Indicador acusado elevação de 1,1% em confronto com fevereiro e de 1,6% na comparação com março de 2018. Houve expansão de 3,8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado e de 4,4% nos 12 meses findos em março.

Apesar do ritmo muito lento da atividade econômica, constata-se que o consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) – cuja estimativa corresponde à produção doméstica, excluídas as exportações e somadas as importações – aumentou 2,1% em março, um resultado bom em face das circunstâncias, mas insuficiente para reverter a queda de 1,5% neste item no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre de 2018.

Em março, tomado isoladamente, a produção interna de bens de capital, excluídas as exportações, avançou 1,8%, enquanto a importação desses bens aumentou 7,4%. No acumulado em 12 meses, o Came acusa expansão de 12,7%.

Se se pode dizer que a indústria de transformação ensaia uma recuperação, que poderá se acelerar nos próximos meses, isso não se aplica, por enquanto, ao setor de construção civil, em situação ainda muito ruim. O indicador do setor recuou 1,8% em março diante de fevereiro.

No primeiro trimestre, o setor registrou avanço de 1,7% em relação aos três meses anteriores, explicável pela baixa base de comparação, já que 2018 foi um ano muito fraco para o setor. Em 12 meses, a construção civil teve recuo de 2%.

São consideradas oportunas as medidas de simplificação burocrática tomadas pelo governo, mas persiste a falta de confiança entre os empresários para investir mais, o que talvez só possa ocorrer com a progressiva melhora da situação fiscal, tanto da União como dos Estados e municípios.

Do Estadão