Léo Índio, o “parça” de Carlos Bolsonaro, também terá sigilo bancário quebrado

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Leonardo Rodrigues de Jesus, mais conhecido como Léo Índio , primo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro , está entre os ex-funcionários do gabinete do atual senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) que tiveram quebra de sigilo bancário autorizada pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). Léo Índio foi assessor de Flávio, entre novembro de 2006 e janeiro de 2012, quando o parlamentar era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

No Legislativo do Rio, Léo Índio passou por diversos cargos comissionados e sua remuneração variou entre R$ 4,01 mil, em 2006, a R$ 7,6 mil, em 2012, quando deixou o posto. O inquérito do MP apura a suspeita da chamada “rachadinha” no gabinete de Flávio, durante o seu mandato na Alerj — prática de servidores devolverem parte dos salários aos parlamentares.

Filho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues, irmã de Rogéria Nantes, mãe dos três filhos políticos de Bolsonaro, Léo Índio foi nomeado no mês passado assessor parlamentar no Senado , no gabinete de Chico Rodrigues (DEM-RR), com salário bruto de R$ 14.802,41. Próximo ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), Léo Índio atuou como uma espécie de “informante” do filho do presidente no Palácio do Planalto no início do governo, período em que visitou em diversas ocasiões o Planalto, mesmo sem ter um cargo na administração de Bolsonaro. Ele participou de reuniões do alto escalão do governo.

O pedido de quebra de sigilo bancário foi feito pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e autorizado no dia 24 de abril. Flávio Bolsonaro e o ex-policial militar Fabrício Queiroz e seus familiares também tiveram informações bancária e fiscal liberadas aos investigadores, assim como outros 88 ex-funcionários do gabinete do atual senador pelo Rio de Janeiro, seus familiares e empresas relacio nadas a eles. A quebra de sigilo bancário foi autorizada no período que vai de janeiro de 2007 a dezembro de 2018.

As investigações tiveram início a partir de um relatório enviado ao MP-RJ pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). No documento, o órgão apontou movimentações financeiras atípicas de R$ 1,2 milhão feitas por Queiroz, ex-assessor de Flávio, no período de um ano. O órgão também verificou 48 depósitos em série, fracionados em R$ 2 mil cada, feitos por Flávio no caixa eletrônico da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O senador informou, à época, que se tratava de uma compra e venda imobiliária.

O GLOBO procurou Léo Índio, mas não conseguiu contato com o assessor do Senado.

De O Globo.