Maia critica apoiadores de Bolsonaro que falaram em “conchavos do Congresso”

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Após apoiadores do presidente Jair Bolsonaro convocarem atos “contra os conchavos do Congresso”, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou nesta segunda-feira que os que não concordam que projetos do governo precisam ser debatidos e modificados pelo Legislativo não entendem que toda a sociedade tem direito de participar dos debates.

“O governo representa uma parte e o Parlamento representa toda a sociedade”, disse, ao participar de sessão do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília. “Aqueles que entendem que aquilo que chega ao Parlamento não precisa ser debatido, muitas vezes até rejeitado se a proposta não for boa, são aqueles que entendem que apenas uma parte da sociedade tem direito de participar dos debates e da construção das soluções para o nosso país”, afirmou.

O discurso do chefe da Câmara ocorre após Bolsonaro pedir a aliados na sexta-feira passada a divulgação de um texto que discorre sobre as dificuldades de governar sem participar de conchavos. Aliados do presidente, inclusive o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), passaram a defender manifestações no dia 26 de maio, domingo, em apoio ao governo.

Maia afirmou que, nesse momento em que o mundo e o Brasil vivem transformações, “muitas vezes os radicalismos se sobrepõe ao diálogo, principalmente nas redes sociais, onde quem está no extremo tem em mais espaço para aparecer do que aquele que quer construir consensos”.

Ao receber estudo da OAB com críticas ao pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o presidente da Câmara destacou que essa é ” a sinalização clara de que o Parlamento brasileiro é a casa do diálogo, a casa da representação da sociedade, da garantia da nossa democracia e das instituições”.

O presidente da Câmara estacou que os projetos enviados pelo governo ao Congresso não são perfeitos e podem ser modificados ou ampliados. “O Parlamento serve para isso, para construir textos melhores que os que o Executivo encaminhou. Não só nesse governo, mas em todos é sempre assim”, afirmou.

Maia voltou a defender a reforma do Estado brasileiro e dizer que o orçamento foi “capturado” por corporações públicas e privadas, mas deve ser rediscutido para que o dinheiro seja gasto com os que mais precisam, os milhões de desempregados do país, e ressaltou que são necessários projetos nas áreas de segurança pública e educação.

De Valor