Ninguém se entende: manifestos marcados para amanhã dividem a própria direita

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O apoio às manifestações de domingo a favor de Bolsonaro dividiu a direita ao longo desta semana. De um lado, movimentos e personalidades que apoiaram o impeachment da petista Dilma Rousseff resolveram não ir às ruas dessa vez, incomodados principalmente com pautas mais radicais, como fechamento do Congresso e do Supremo. Eles foram alvo de críticas de bolsonaristas mais convictos, que os acusaram de “traidores”.

O Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua são os dois principais grupos que se opuseram ao ato de domingo. No decorrer da semana, eles criticaram abertamente os protestos e foram criticados pelos que atuam a favor da manifestação nas redes sociais.

O coordenador nacional do MBL Renan Santos publicou em seu Twitter que “o sucesso de um ato girar em torno dessa retórica (fechamento do Congresso e do STF) é péssimo para reformas”.

Enquanto isso, bolsonaristas emplacaram a hashtag #MBLtraidoresdaPatria entre os assuntos mais comentados do Twitter na segunda-feira e fizeram campanha para a retirada da inscrição do canal do MBL no Youtube — que perdeu cerca de 100 mil assinantes dos seus cerca de 1,4 milhão de inscritos.

O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), o partido Novo, o cantor Lobão e o apresentador Danilo Gentili engrossaram o coro contra as manifestações.

Do outro lado, o ato conta com o apoio do senador Major Olímpio (PSL-SP), das deputadas federais Carla Zambelli (PSL-SP) Bia Kicis (PSL-DF), do Clube Militar e de grupos como Nas Ruas, Avança Brasil e Direita São Paulo. O time de apoiadores ainda conta com os youtubers Nando Moura e Bernardo Küster, além do empresário Leandro Ruschel.

Pelo menos publicamente, os grupos negam que estejam com uma pauta anti-republicana. Carla Zambelli, por exemplo, disse que o ato não tinha a intenção de “demonizar” o centrão no Congresso, mas só fazer uma pressão:

— A ideia não é generalizar os deputados. Se ficou parecendo isso, eu faço a mea culpa. Na verdade, são os caciques do Centrão que devem ser pressionados pela população. Queremos dar respaldo para os deputados que não se identificam com a orientação dos caciques votarem com a sua consciência.

Na quinta-feira, o próprio Bolsonaro disse que quem levar pautas radicais às ruas “estará na manifestação errada”.

Contra
Janaina Paschoal, deputada estadual (PSL-SP)
Movimento Brasil Livre
Vem pra Rua
Partido Novo
Lobão
Danilo Gentili

A favor
Major Olímpio, senador (PSL-SP)
Clube Militar
Nas Ruas
Movimento Avança Brasil
Brasil 200
Direita São Paulo

Nem contra, nem a favor
PSL: O partido liberou a bancada de 54 deputados federais e 4 senadores para aderir ou não, sem tomar posicionamento. A Líder do PSL no Congresso Joice Hasselmann não vai, mas evita criticar o ato.

Da Época