O “abade de criminosos” no RJ é denunciado à ONU

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A Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) denunciaram à ONU (Organização das Nações Unidas) o que consideram uma “agenda genocida” do governador Wilson Witzel (PSC). Em ofícios enviados hoje à ONU, a deputada Renata Souza (PSOL), que preside a comissão, e a parlamentar federal ressaltam dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) e lembram que as mortes em confrontos com policiais no estado do Rio chegaram a um nível recorde no primeiro trimestre deste ano. De acordo com Renata, que também encaminhou ofício à OEA (Organização dos Estados Americanos), as 434 pessoas mortas em ações das forças A Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) denunciaram à ONU (Organização das Nações Unidas) o que consideram uma “agenda genocida” do governador Wilson Witzel (PSC). Em ofícios enviados hoje à ONU, a deputada Renata Souza (PSOL), que preside a comissão, e a parlamentar federal ressaltam dados do ISP (Instituto de Segurança Pública) e lembram que as mortes em confrontos com policiais no estado do Rio chegaram a um nível recorde no primeiro trimestre deste ano. De acordo com Renata, que também encaminhou ofício à OEA (Organização dos Estados Americanos), as 434 pessoas mortas em ações das forças de segurança, entre janeiro e março, estão diretamente relacionadas à permissividade do governador, que se mostra favorável ao “abate” de criminosos que estejam portando fuzis e ao uso de helicópteros como plataformas para realização de tiros durante operações.

As denúncias à ONU e à OEA foram feitas no dia seguinte a uma operação policial no complexo de favelas da Maré que deixou oito suspeitos mortos –a ação é a segunda mais letal desde 2013, ficando atrás somente de outra operação, na região de Santa Teresa, que deixou 15 mortos em fevereiro passado. Caso as denúncias sejam aceitas, o Brasil pode responder pelas mortes em cortes internacionais. Os documentos pedem que a ONU recomende formalmente ao Estado brasileiro a redução da letalidade em ações policiais e que o organismo avalie a conduta de Witzel, que encorajaria a letalidade de agentes de segurança.

A denúncia enviada por Renata também ressalta as imagens compartilhadas pelo governador fluminense em suas redes sociais, nas quais aparece em operações policiais e até mesmo segurando armas. As 15 mortes nos morros do Fallet e Fogueteiro, em fevereiro, também são citadas como exemplo desse tipo de política.

Moradores da Maré denunciaram a ocorrência de muitos disparos feitos por helicóptero contra a comunidade. Em vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver uma aeronave policial sobrevoando a Maré em baixa altitude. São ouvidos muitos tiros, mas não é possível identificar se eles eram disparados por snipers a partir do helicóptero. Por meio de nota, a Polícia Civil disse apenas, sem citar o emprego do helicóptero, que “todos os protocolos para a realização da operação foram tomados”.

Procurada pela reportagem, a Polícia Militar informou que as operações são “pautadas por planejamento prévio e executadas dentro da lei” e que, nas ações realizadas em áreas conflagradas, a prioridade é “a prisão de criminosos e apreensão de drogas e armas”.

A Polícia Civil afirma que todos os mortos na ação de ontem eram suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas e que o objetivo da operação era capturar Thomas Jayson Gomes Vieira, conhecido como “3N”, suspeito de ser o responsável pela guerra entre facções criminosas na comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. O criminoso, porém, conseguiu fugir. “Houve resistência dos criminosos e oito suspeitos de fazerem parte do tráfico foram baleados e morreram no confronto. Outros três foram conduzidos à delegacia, entre eles um segurança pessoal do 3N e a mulher dele”, disse a polícia por meio de nota.

Os nomes dos baleados não foram divulgados. A ação ainda teve a apreensão de sete fuzis, três pistolas, carregadores com munição, 14 granadas, cerca de R$ 35 mil e drogas. Ao jornal “O Globo”, Witzel endossou a ação policial na Maré.

De Uol