Única reação moral de Sergio Moro seria sair, mas…

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Leia a coluna de Reinaldo Azevedo

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Especulava-se que Bolsonaro pudesse ter feito aquela oferta a Moro, claro!, mas é evidente que ninguém esperava ouvir a confirmação da boca de Bolsonaro com um ano e meio de antecedência. Em política, as coisas são o que são, e o presidente está dizendo, ora bolas!, que Moro é dispensável em sua equipe.

Até porque não será nos próximos 18 meses que se vai assistir a uma mudança de padrão na área de atuação do ministro. Aliás, a Secretaria Nacional de Segurança Pública está praticamente às moscas. Os bons projetos que o governo Temer deixou nesse setor estão paralisados. Mas isso fica para outra hora. Bolsonaro, como sempre, fala um pouquinho além da conta. Acrescentou:

“Eu vou honrar esse compromisso. Caso ele [Moro] queira ir pra lá [STF], será um grande aliado. Não do governo, mas dos interesses do nosso Brasil dentro do STF”.

Moro andou ameaçando pedir demissão, é bom que vocês saibam. Cansou das derrotas que acumulou no governo. A possível volta do Coaf (Conselho de Controle de Atividade Financeira) para o Ministério da Economia (que absorveu a Fazenda) é a sua maior frustração. Uma nota: não faz sentido o órgão ficar subordinado a Moro porque não tem nem pode ter atribuições de caráter policial.

A revelação de Bolsonaro, para os simples de espírito, pode parecer um agrado. Para quem sabe ler direito o jogo, o que se tem é uma canelada das feias. Dada a humilhação a que o ministro foi submetido com o decreto tresloucado sobre posse de armas, a única decisão razoável de alguém com um pouco de tutano, depois da revelação de agora, seria mesmo um pedido de demissão.

Do UOL