“Armas não matam, quem mata são pessoas”, diz Onyx ao defender decreto

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Foto: Valter Campanato / Agência Brasil / CP

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta terça-feira (18), em audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, que “armas não matam, quem matam são pessoas”. O ministro foi convocado para falar sobre os decretos editados pelo presidente Jair Bolsonaro que facilitam o porte de armas.

“As armas foram inventadas para preservarem a liberdade individual. As armas não matam, quem matam são as pessoas”, disse.

Segundo Onyx, se deixar a arma “quietinha lá no armário, trancada, não vai acontecer nada”.

Ao defender os decretos, Lorenzoni lembrou referendo de 2005 que consultou os brasileiros sobre a possibilidade de proibir a comercialização de armas no país. À época, cerca de 64% dos eleitores votaram “não”, ou seja, para manter o comércio das armas. Para o ministro, “o povo brasileiro foi roubado de seu direito por um viés ideológico”.

“Cabe e tem direito um governo retirar da sociedade um instrumento que garante a legítima defesa? Na minha opinião, não. Na opinião de 64% dos brasileiros também não. E o que o governo Bolsonaro fez foi recuperar esse direito”, disse o ministro.

Nesta terça-feira, o Senado deve analisar o parecer aprovado pela CCJ da Casa que suspende o mais recente decreto sobre as armas, assinado por Bolsonaro em substituição ao texto editado anteriormente. Se aprovado, o texto será enviado para a Câmara.

Mais cedo, Bolsonaro fez um apelo para que senadores e deputados mantenham em vigor os decretos que facilitaram o porte de armas no Brasil. O presidente pediu que os parlamentares “não deixem morrerem” os textos.

Aos deputados, Onyx lembrou que Bolsonaro defendeu, ao longo de sua campanha, a flexibilização ao porte de armas e que “a sociedade brasileira votou na última eleição para recuperar esse direito”.

“Isso era tão importante, tão simbólico para a sociedade brasileira, que nós brincávamos com o símbolo (das armas). Pode procurar na internet. Tem milhões de fotos com famílias inteiras fazendo o símbolo de uma arma”, disse.

Presente no início da audiência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse considerar que a defesa do decreto feita pelo governo é “frágil”, mas que ele “respeita a decisão deles”.

“O Congresso, a relação dos Poderes, é construído dessa forma exatamente porque se o Congresso entender um excesso, ou o próprio Supremo, ou a gente pode derrubar ou o Supremo pode também derrubar o decreto pela sua inconstitucionalidade”, disse a jornalistas, ao sair da comissão.

“Mas não tem conflito, tem o debate que está sendo feito aqui, tem a decisão do Senado que vai ser tomada e que vai respaldar o nosso debate aqui e depois, a nossa decisão do plenário.”

Do G1.