Bolsonaro apoia Neymar antes de investigação do suposto estupro

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O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), declarou apoio ao jogador Neymar durante uma entrevista coletiva na manhã de hoje. “Espero dar um abraço no Neymar antes do jogo. É um garoto. Está num momento difícil, mas eu acredito nele”, afirmou Bolsonaro em Aragarças, no interior de Goiás.

É a primeira declaração pública do presidente desde que uma mulher brasileira denunciou ter sido estuprada pelo atleta, durante uma visita em Paris. O caso veio à tona no último sábado. Neymar nega a acusação e publicou vídeos e fotos íntimas com a jovem (que depois foram retirados do ar) para se defender. Por conta da publicação dessas imagens, o jogador também é investigado.

As declarações de Bolsonaro foram feitas após um evento com agricultores. Questionado por uma repórter da Folha de S.Paulo sobre o caso Neymar, o presidente criticou o jornal e colocou em dúvida a versão dada pela jovem que acusa o jogador de que ela teria sido vítima de um estupro enquanto visitava Neymar em Paris.

Hoje à noite, Neymar deve ser titular pela seleção brasileira, que enfrenta o Qatar em amistoso em Brasília. O presidente confirmou a presença no estádio Nacional para assistir à partida, que começa às 21h30.

Segundo o boletim de ocorrência registrado pela jovem em São Paulo, ela teria sido vítima de um estupro cometido por Neymar em um hotel de Paris onde ela estava hospedada. A defesa de Neymar nega as acusações e diz que a relação sexual entre os dois foi consensual.

Após a divulgação da acusação feita por ela contra o jogador, Neymar publicou um vídeo no qual negava as acusações e expôs imagens de conversas que ele teria tido com ela antes e durante o alegado estupro. O vídeo foi publicado em suas redes sociais e continha imagens íntimas da mulher.

Além da investigação pela acusação de estupro, o atacante do Paris Saint-Germain também passou a ser investigado pelas polícias civis do Rio de Janeiro e de São Paulo pela divulgação das imagens íntimas da mulher, o que é crime previsto no Código Penal.

Depois da divulgação do boletim de ocorrência, o advogado que defendia a mulher, José Edgar Bueno, deixou a defesa dela. Em carta, o advogado afirmou que, ao longo das conversas com a sua ex-cliente, ela havia informado que a relação sexual com o jogador foi consensual. Ainda segundo a carta, o advogado diz que sua ex-cliente queria, inicialmente, acusar o jogador pelo crime de agressão.

A mulher que acusa Neymar já foi intimada a depor duas vezes, mas não compareceu à delegacia que investiga o caso. Nesta quarta, o UOL Esporte apurou que a Polícia Civil fará uma nova convocação e que pode ocorrer também uma condução coercitiva, mas que esta é a última possibilidade para ouvir a jovem.

Esta não é a primeira demonstração de apreço de Bolsonaro por Neymar. Em abril deste ano, o presidente se encontrou com o pai do jogador, Neymar da Silva Santos, no mesmo dia em que ele manteve reuniões com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário especial da Receita, Marcos Cintra, em Brasília.

Empresas ligadas a Neymar e a seu pai são alvo de um processo por sonegação fiscal aberto pela Receita Federal. A União cobra R$ 69 milhões em impostos e multas.

Também em abril, Bolsonaro gravou um vídeo junto ao premiê israelense, Binyamin Netanyahu, convidando Neymar e o surfista Gabriel Medina, bicampeão mundial, para visitarem Israel. Neymar e Medina gravaram uma resposta agradecendo ao convite.

Apesar da relação de aparente afinidade entre Neymar e o presidente, o jogador do PSG e da seleção brasileira não declarou apoio publicamente a Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018. Quatro anos antes, o atleta havia declarado voto em Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da disputa presidencial contra Dilma Rousseff (PT).

Do UOL