Bolsonaro congratulou o governo da Indonésia por matar brasileiro preso com 13 kg de cocaína

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O presidente Jair Bolsonaro, que está às voltas com uma crise inesperada por conta da prisão de um militar da Aeronáutica com 39 kg de cocaína no avião presidencial reserva, em Sevilha (Espanha) – o caso foi revelado pelo blog Radar -, pediu investigação rápida sobre o que ocorreu, mas dificilmente terá a mesma posição que teve sobre o assunto em 2006.

Naquele ano, quando era um deputado federal do baixo clero, o agora presidente aprovou na Câmara uma moção de congratulações e apoio ao governo da Indonésia por aquele país ter mantido a sua decisão de executar o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte por ter sido preso em 2004 ao entrar no país com 13,4 kg de cocaína escondida dentro de um tubo de asa-delta – ele era piloto nessa modalidade esportiva. Após ficar 11 anos preso e vários apelos de clemência, inclusive dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ele foi executado pelo governo da Indonésia.

No requerimento aprovado em 2006 – veja aqui -, Bolsonaro diz: “Caso o Senhor Marco Archer fosse traficante com atuação apenas no Brasil, ao agasalho da nossa benevolente legislação, poderia ao longo de sua atividade levar à desgraça centenas de famílias, à morte dezenas de pessoas e viciar milhares de cidadãos. Ao contrário do que afirma o governo do PT, tal execução não causará nenhuma comoção nacional, pois esse traficante não tem nada a oferecer à sociedade brasileira a não ser envergonhar ainda mais o Brasil no exterior”.

E ele parabeniza o governo da Indonésia por não ter recuado da pena de morte. “A posição firme da Justiça da Indonésia é exemplo para as demais nações que, a cada dia, perdem espaço para a criminalidade e, com certeza, evitará que outros jovens, visando a obtenção de vantagens financeiras, se aventurem na mesma empreitada, sujeitando-se às justas penalidades aplicáveis para tal delito em muitos países. A clemência pedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um traficante internacional de drogas envergonha o Brasil e faz corar o cidadão de bem, encorajando o marginal em sua sanha criminosa.”

Em 2015, quando o brasileiro foi executado, ele voltou a tocar no assunto:

De Veja