Deputado pede apoio ao Parlamento Europeu para investigar retrocessos

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O Parlamento Europeu poderá enviar proximamente uma delegação ao Brasil para apurar os profundos retrocessos que o País vem sofrendo no campo dos direitos sociais, trabalhistas e ambientais, além da utilização da Justiça como partido político, no caso específico da Operação Lava Jato.

O pedido foi feito hoje (18) pelo líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), a um grupo de parlamentares de diferentes países durante reunião na sede do Parlamento Europeu em Bruxelas, na Bélgica.

“É importante o envio desta missão para que o Parlamento Europeu, de forma independente, tome consciência do que ocorre no Brasil, com retrocessos e a quebra da normalidade institucional nos últimos anos”, disse o líder do PT.

Desmandos da Lava Jato

Na reunião, o líder do PT encaminhou aos eurodeputados um pormenorizado relatório, em português e inglês, sobre os desmandos da Lava Jato, denunciados há anos por juristas brasileiros e estrangeiros e agora comprovados por uma série de reportagens do site The Intercept Brasil.

Mostrou também o conluio entre a Lava Jato e os governos dos Estados Unidos com objetivos geopolíticos a fim de tirar o protagonismo internacional do Brasil alcançado durantes os governos do PT (2003 até o golpe de 2016) e “fazer a América do Sul virar de novo quintal norte-americano”.

Entre os desdobramentos da Lava Jato, Pimenta citou o golpe que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff, em 2016, o enfraquecimento do BRICS e do G-20, e, principalmente, a entrega do petróleo do pré-sal a petroleiras estrangeiras – em especial as dos EUA- por preços irrisórios.

Conluio

Conforme comentou Pimenta com seus colegas europeus, o site The Intercept Brasil mostrou conversas criminosas entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o procurador federal Deltan Dallagnol em que ambos agiam em conluio para forjar provas e manipular processos, com ajuda da mídia comercial, para prejudicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.

No relatório entregue ao Parlamento Europeu, Pimenta aponta a prática de lawfare, o uso de instrumentos jurídicos com objetivos políticos e partidários. Segundo o líder, “o mundo já percebeu” que a Lava Jato atuou à margem da lei para condenar Lula, ilegal e arbitrariamente, a fim de tirá-lo da disputa para a Presidência da República em 2018. “Com as denúncias do Intercept, aumentou a perplexidade em todo o mundo com a prática de lawfare no Brasil”, observou o líder do PT.

No encontro com os eurodeputados, Pimenta propôs a criação de uma rede internacional de parlamentares progressistas com o objetivo de defender a democracia, a autodeterminação dos povos e a soberania nacional. Ele alertou para crescimento da direita em todo o mundo, uma verdadeira ameaça à democracia, com o uso de redes sociais para desestabilizar os sistemas democráticos e ganhar eleições de modo fraudulento.

Lava Jato e EUA

Nesta terça-feira, o líder do PT visitou a Universidade Livre de Bruxelas, onde debateu a situação brasileira e os diversos retrocessos que vêm sendo implementados no Brasil pelo governo de Jair Bolsonaro, além do escândalo revelado pelo Intercept. Ele também encontrou-se com integrantes do Comitê Lula Livre em Bruxelas, o qual, a exemplo de outros comitês espalhados pelo mundo afora, tem o objetivo de amplificar as denúncias sobre a prisão política e arbitrária do ex-presidente Lula.

Leia mais: Paulo Pimenta denuncia no Parlamento Europeu participação secreta e ilegal dos EUA na Lava Jato

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