Dois dias depois de depor sobre vazamentos, Moro fará viagem aos EUA

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O ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, fará nos próximos dias visita técnica a instituições norte-americanas nas cidades de El Paso e Washington, D.C. Segundo o Diário Oficial da União (DOU), Moro estará nessas localidades no período de 22 a 26 de junho. A publicação não informa quais instituições serão visitadas pelo ministro.

A viagem acontecerá dias depois de sua sabatina no Congresso a respeito das supostas conversas vazadas pelo site The Intercept Brasil. Nesta quinta-feira, o site revelou que o ministro teria aconselhado procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

Depois de receber reclamação do ex-juiz em relação ao desempenho da procuradora Laura Tessler em audiências, o coordenador da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol, procurou o colega Carlos Fernando dos Santos Lima para falar do assunto. Os dois decidiram que ela só deveria realizar audiências se estivesse acompanhada dos procuradores Júlio Noronha e Roberson Pozzobon.

Na suposta conversa, realizada por meio do aplicativo Telegram, Deltan e Carlos Fernando decidiram que Tessler não deveria estar sozinha na audiência do ex-presidente Lula, hoje preso.

De acordo com as mensagens, Deltan só explicou qual era a reclamação de Moro depois de se certificar de que Carlos Fernando não estava visualizando as mensagens em um computador, que poderia ser visto pelos colegas.

De acordo com reportagem do Intercept da semana passada, Moro se queixou a Deltan do desempenho de Tessler e recomendou que ela fosse submetida a um treinamento para fazer audiências.

Indagado sobre a sugestão pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) Moro afirmou, durante audiência no Senado, na quarta: “Não tem nada de anormal nessas comunicações”. De acordo com o ministro, essa demanda não interferiu nos trabalhos do MP. “Tanto que essa pessoa continua e continuou realizando atos processuais e audiências”, disse.

Procurado pelo jornal o Estado de S. Paulo, a força-tarefa da Lava Jato de Curitiba informou que não irá se manifestar. O Ministério da Justiça afirmou em nota que a mensagem atribuída a Moro “pode ter sido editada ou adulterada” pelo grupo criminoso que hackeou o seu celular. O texto diz ainda que a troca de mensagens, “mesmo se autêntica nada tem de ilícita ou antiética”. Disse ainda que não há “nenhuma contradição com a fala do ministro ao Senado”.

Do JC