Manifestantes pró Moro não precisam se aposentar

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(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Organizado pelo movimento de extrema-direita e bolsonarista Vem Pra Rua, as manifestações de domingo (30/6) se dizem destinadas a apoiar a reforma da Previdência, “medidas contra o crime”, Sergio Moro e a operação Lava Jato.

Como sempre ocorre, a vitrine será a avenida Paulista, em São Paulo, apesar de que atos menores ocorrerão pelo resto do Brasil.

Como sempre, as imagens das manifestações mostrarão uma maioria branca e de classe média alta. E como vivemos em um país superpopuloso, até gente de alto poder aquisitivo e imune ao “racismo cordial” brasileiro consegue juntar multidões.

Mas as imagens falam por si e se destinam a pressionar a mídia e as autoridades judiciárias, acuadas contra a parede do fascismo.

Mas a pauta do apoio à Reforma da Previdência desmascara o caráter elitista dos atos de domingo, já que a maioria dos brasileiros é contra essa reforma simplesmente porque precisa se aposentar, enquanto o povo que irá à rua no domingo, não precisa.

Ninguém de classe média alta conta com a “merreca” das aposentadorias brasileiras. Aposentadorias, pra essa gente, não pagam nem seus empregados domésticos. E essas pessoas também estão se lixando para programas sociais, obras de saneamento básico…

Não falta saneamento básico nos Jardins ou no Leblon. E, no Sul e no Sudeste, onde os atos da extrema-direita bombam, o esgoto canalizado é muito mais farto

Congresso e Judiciário sabem que atos pró Reforma da Previdência, pró Moro e Bolsonaro não são da maioria, mas sabem que quem irá se manifestar acompanha a política de perto e a maioria pobre do povo só acompanha novela e futebol.