Mercado avalia que Bolsonaro não conseguirá abrir ‘caixa-preta’ do BNDES

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A queda de Joaquim Levy do BNDES foi vista com descrença por empresários e altos executivos. A expectativa é que outro liberal virá. Mas, seja quem for o substituto, Bolsonaro dificilmente terá sucesso na abertura da tal caixa-preta do banco, promessa de campanha que Levy deixou de entregar.

Para o presidente de uma grande indústria, há chances de o governo permanecer sem a caça às bruxas que tanto deseja, pelo simples fato de que talvez não haja bruxas para caçar.

Para um alto executivo do setor financeiro, embora o governo queira aproveitar o BNDES politicamente para trazer à tona empréstimos a empresas e governos estrangeiros amigos do PT, Levy ou outro profissional sério que vier não se arriscará a usar informações politicamente.

Entre funcionários do banco, que se ofendem com a teoria da caixa-preta, a avaliação é semelhante. “Qualquer pessoa que tenha um nome a zelar e seja responsável vai enfrentar os mesmos problemas que o Levy”, diz Arthur Koblitz, da AFBNDES, associação de funcionários.

O governo trabalha para apresentar em breve um projeto de articulação entre Ministério de Tecnologia, Anatel e BNDES para mudar a aplicação do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações.

Os investimentos do fundo só podem ser direcionados à telefonia fixa. A meta é poder destiná-los à expansão de banda larga. Júlio Semeghini, secretário da pasta, diz que a ideia é usar parte do recurso em aplicações reembolsáveis, administradas pelo BNDES.

De 2000 a 2018, o valor usado pelo Fust para telefonia fixa corresponde a R$ 192 mil, em projeto para instituições de assistência a deficiência auditiva, em 2007.

Da FSP