Presidente de comissão da reforma pede ‘sandálias da humildade’ em governadores

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O presidente da comissão especial da reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PL-AM), disse nesta quinta-feira (6) que, para não serem excluídos da reestruturação previdenciária, os governadores precisam calçar as “sandálias da humildade” e pedir que os deputados aprovem regras mais rígidas de aposentadorias também para os servidores estaduais.

“Calçar a sandalinha da humildade e vir para cá dizer assim: ‘Olha…nós não temos coragem de fazer [a reforma nas assembleias]. Nós queremos pedir aos deputados que façam por nós’. É isso que eles têm que dizer, humildezinhos. Não têm que chegar aqui dando ordem”.

Na avaliação de Ramos, por ainda não terem feito isso, a maioria da Câmara mantém a posição de impedir que a reforma da Previdência tenha efeito para estados e municípios.

Pressionar as bancadas, em vez de dialogar, tem elevado a tensão sobre o tema, afirmou o deputado.

Governadores irão a Brasília na próxima semana e avaliam assinar um manifesto em favor da manutenção de estados e municípios na reforma da Previdência que tramita no Congresso.

Para o presidente da comissão, o ato formal pode distensionar a relação entre a Câmara e os mandatários dos estados.

“Os governadores, hoje, não têm força política para impor suas vontades às bancadas”, declarou.

Parte da Câmara rejeita aprovar regras mais rígidas para aposentadorias de servidores estaduais e municipais, enquanto governadores e prefeitos fazem campanha contra a reforma.

A ideia desses deputados é que governadores e prefeitos tenham o desgaste político ao aprovar medidas impopulares nos órgãos legislativos.

Diante do impasse, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem dado declarações criticando o Parlamento.

Para Ramos, essa atitude prejudica as negociações sobre o destino dos estados e municípios na reestruturação da Previdência.

Integrante do PL, partido insatisfeito com a articulação política do governo, Ramos estima que a proposta original de reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro tem o apoio de apenas 100 deputados.

Mas, com as mudanças sendo negociadas para o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), a proposta poderá chegar aos 308 votos necessários para ser aprovada no plenário da Câmara, avalia o presidente da comissão.

Ele evitou dar prazo para votação do relatório no colegiado e no plenário. De acordo com Ramos, isso é uma questão política e de contagem de votos, cuja responsabilidade é do governo.

Da FSP