Queda de ministros mostra que clã familiar manda no governo

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© Reprodução/Instagram

A queda do general Santos Cruz e a ascensão de Jorge Antonio de Oliveira Francisco à Secretaria-Geral da Presidência foi vista por antigos aliados de Jair Bolsonaro como o triunfo do núcleo familiar sobre o grupo militar no Planalto. O novo ministro não é apenas filho do ex-chefe de gabinete do presidente, Jorge Francisco, como também amigo de infância de seus dois rebentos mais ressonantes, Carlos e Eduardo –o primeiro, inclusive, quando ia visitar o pai em Brasília, se hospedava com os Francisco.

O pai do novo ministro, Jorge Francisco, apoiou campanhas de Flávio, Carlos e Eduardo. Ele, que trabalhou por 20 anos com Bolsonaro, doou R$ 15 mil para Carlos em 2012, e outros R$ 2,5 mil em 2016, segundo o TSE.

Eduardo recebeu, de acordo com a prestação de contas,R$ 11 mil do ex-chefe de gabinete do pai. Flávio também contou com recursos dele em 2002. Jorge Francisco morreu de infarto em abril de 2018. Na época, o então candidato cancelou agenda para velar o amigo.
Perspectiva As recentes mudanças promovidas pelo presidente em sua equipe preocupam aliados que embarcaram no início de seu projeto mas, hoje, observam de longe o desenrolar da gestão.

O fortalecimento de nomes pessoalmente ligados a Bolsonaro –e o afastamento dos que tentavam exercer certo poder moderador– seria um indicativo da rota que o governo seguirá. A esses fatores, salientam ex-aliados, é preciso acrescentar o alinhamento crescente do presidente com evangélicos.

Quem conhece Bolsonaro acredita que, pela nova composição, ele tende a dobrar a aposta na comunicação direta com os nichos que são o núcleo de seu eleitorado.

Da FSP.