Crivella nomeia investigado pela Lava-Jato para Fundação Parques e Jardins

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Foto: Jorge William / Agência O Globo

Em decreto publicado nesta quarta no Diário Oficial, o prefeito Marcelo Crivella nomeou o engenheiro Marco Aurélio Regalo de Oliveira para presidir a Fundação Parques e Jardins(FPJ) em mais uma dança das cadeiras para reorganizar o governo após o pedido de impeachment ser arquivado pela Câmara de Vereadores do Rio. Em janeiro de 2018, Regalo foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva emitidos pelo juiz Marcelo Bretas na Operação Rio 40 Graus , desdobramento da Lava Jato no Rio.

Esse mês, a FPJ, que tradicionalmente fica na esfera das secretarias de Meio Ambiente ou de Conservação, foi remanejada para a nova secretaria de Envelhecimento Saudável, Qualidade de Vida e Eventos comandada pelo vereador Felipe Michel, que votou contra o impeachment . Regalo foi nomeado de forma retroativa a 1º de julho no lugar de Roberto Rodrigues de Oliveira.

Segundo o site da Justiça Federal, Regalo aparece em um processo ainda com parte de seus bens bloqueados. No entanto, ele até o momento não foi denunciado à Justiça. Em entrevista ao GLOBO, Felipe Michel defendeu o indicado:

– Marco Aurélio é servidor da prefeitura há 30 anos. Ele não foi denunciado e me garantiu  que é o maior interessado em mostrar sua lisura. Investigação não quer dizer que houve irregularidades até porque esses ”colaboradores ”, às vezes, são orientados a citar pessoas com quem não tem afinidade política pra criar problemas. Qualquer pessoa pode ser alvo de inquérito pautado na palavra vazia. Mesmo se houvesse denúncia há um processo até a condenação. A presunção é de inocência. Temos que acompanhar a investigação, mas com cautela – disse Michel.

A Operação Rio 40 Graus foi desencadeada com base em delações premiadas para investigar um suposto esquema de pagamento de propina em obras de recuperação do BRT Transoeste. Um delator acusou Regalo de receber R$ 125 mil em vantagens indevidas quando era subsecretário de conservação.

Na mesma operação, o ex-secretário de Obras no governo Eduardo Paes,Alexandre Pinto , acusado de receber propinas em obras de mobilidade urbana na cidade, foi preso. Outro alvo da operação foi o ex-secretário de Conservação da prefeitura, Marcus Belchior.

Regalo, Belchior e mais duas pessoas tiveram bens bloqueados pela Justiça nesse processo. A acusação envolvia o fornecimento de insumos para a Seconserma.

Na segunda-feira, o prefeito já nomeara para presidir a Geo-Rio, Ernesto Ferreira Mejido , um dos 14 réus em um processo movido pelo  Ministério Público no caso do desabamento da Ciclovia Tim Maia. Os réus respondem por duplo homicídio culposo.

De O Globo