78% da população é contra liberação do porte de armas

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Foto: Valéria Gonçalves/Estadão Conteúdo

Em relação à agenda, o presidente deve enfrentar alguma resistência nos próximos meses.

Enquanto a redução da maioridade penal e a unificação dos impostos sobre produtos e serviços são amplamente apoiadas (84% e 67%, respectivamente), a maior dificuldade está na liberação da posse e do porte de armas.

A posse é malvista por 56% dos brasileiros, ao passo que o porte é rejeitado por 78%. Já as privatizações são descartadas por 59%. Na economia, embora o governo faça um esforço de desestatização com o lançamento, no último dia 21, de um plano para se desfazer de nove estatais, a população não demonstra o mesmo entusiasmo com o tema.

Na pesquisa, a maior parte dos entrevistados ainda se mostra contrária à venda de ícones do estatismo brasileiro, como a Petrobras e o Banco do Brasil. Já a volta da CPMF é rejeitada por 48%.

Em outros governos, foram necessárias graves crises econômicas para que a população se impacientasse de vez com o presidente. FHC, entre a reeleição e o início do segundo mandato, teve de lidar com a desvalorização cambial e se desgastou por completo com o apagão de 2001.

Dilma Rousseff perdeu capital político nos protestos de 2013, mas desabou para valer com o ajuste fiscal fracassado do segundo mandato. “Sobre Bolsonaro, quando toda a fumaça se dispersar, a avaliação de seu governo dependerá dos resultados concretos de sua administração”, diz Feuerwerker, da FSB.

Em outras palavras, “it’s the economy, stupid”, como cunhou o marqueteiro americano James Carville para explicar a improvável vitória de Bill Clinton contra George Bush pai, em 1992, graças a uma recessão.

Ou seja: mesmo criticado, Bolsonaro talvez possa continuar a falar suas bobagens. A questão é que ele vai ter de entregar o que se espera — crescimento econômico e empregos.

Da Veja