Campanha pela embaixada no Senado ‘cheira’ a acordo
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou nesta quinta-feira (15) que a indicação dele para a embaixada do Brasil nos Estados Unidosserá feita quando ele tiver o “máximo de apoio” entre os senadores.
Filho do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo tem percorrido os gabinetes de senadores em busca de votos. Isso porque, quando a indicação for publicada no “Diário Oficial”, caberá ao Senado sabatinar o deputado e votar a indicação.
Bolsonaro tem dito desde julho que indicará o filho. Mais cedo, nesta quinta-feira, foi indagado sobre quando fará a indicação. O presidente, então, respondeu que a imprensa deveria questionar o próprio Eduardo.
“Melhor momento [para a indicação] será quando nós tivermos o máximo de apoio possível”, afirmou o deputado.
Ao conceder uma entrevista no Senado, Eduardo disse ter tido reuniões nesta quinta com Irajá (PSD-TO), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Esperidião Amin (PP-SC), Mailza Gomes (PP-AC) e Vanderlan Cardoso (PP-GO). Nesta quarta, já havia se reunido com Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), irmão dele.
Segundo o deputado, os parlamentares não expressaram opinião sobre a indicação. “Ou, se expressam, eu prefiro não comentar”, acrescentou.
“Estou muito esperançoso, as conversas que eu tenho tido são animadoras e eu acredito que vai dar tudo certo”, disse. “É a praxe a gente visitar, nós candidatos a embaixadores, é comum visitarmos os senadores. Estou seguindo o ritual”, completou.
Sabatina
Quando a indicação de Eduardo para a embaixada for publicada no “Diário Oficial”, caberá à Comissão de Constituição e Justiça do Senado marcar a sabatina.
“Vai ser o momento em que eu poderia demonstrar o conhecimento, as habilidades, a minha competência para assumir esse tão importante cargo”, disse.
O governo brasileiro já consultou os Estados Unidos sobre o nome de Eduardo para a embaixada americana, e o governo de Donald Trump formalizou o aval.
‘Namoro’
O presidente Jair Bolsonaro também comentou nesta quinta-feira a indicação de Eduardo ao Senado. Segundo o presidente, o filho está “namorando” a Casa em busca da aprovação na sabatina e na votação em plenário.
“Ele [Eduardo] está namorando o Senado, ele está conversando, demonstrando humildade, estudando. […] Eu entendo que o meu garoto, meu garoto né, tem condições de ser aprovado lá”, disse.
Repercussão
Desde que Bolsonaro anunciou a decisão de indicar o filho para a embaixada, diplomatas, políticos e integrantes do meio jurídico têm criticado a escolha.
Parte das críticas tem origem no fato de o deputado não ser diplomata de carreira. Outro motivo de resistência é o grau de parentesco de Eduardo com o presidente, o que tem gerado acusações de nepotismo.
Mas também há senadores que defendem a indicação. Aliados do presidente da República têm dito que o deputado é preparado para a função, uma vez que preside a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, fala inglês e tem uma suposta afinidade com Donald Trump.
De G1