Dodge confrontou Deltan sobre notas enviadas à imprensa

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Foto: Arquivo Blasting News

Se com Janot as conversas eram amistosas, com Dodge o coordenador da Lava Jato nunca chegou à liberdade dos emojis. Pelo contrário. Em 12 de agosto de 2018, o estremecimento na relação veio à tona de maneira direta no chat entre o procurador e a ocupante da Procuradoria-geral. Sem trocar nenhuma palavra, Dodge apenas envia um link para Dallagnol. Trata-se de uma nota publicada no jornal O Globo que afirmava que Dodge colecionava atritos com a Lava Jato. Dentre os problemas, cita a nota, está não ter autorizado uma viagem da força-tarefa à Suíça, onde se desenrola parte das investigações, e também a falta de uma resposta dela quanto ao pedido de suspeição de Gilmar Mendes feito pela equipe de procuradores do Rio.

No dia seguinte, Dallagnol responde à chefe negando passar informações a jornalistas. “É uma pena que problemas dentro da instituição acabem expostos na imprensa. Como lhe disse, não temos essa prática de notas”, afirma. Logo depois, não esconde a insatisfação. “Várias pessoas interessadas tomaram contato com essa informação sobre a negativa da ida para a Suíça, porque estavam interessadas, inclusive a PF que já estava autorizada a ir conosco. Já quanto às infos do RJ, tomei conhecimento pela nota”, escreveu. “Confio que terá sabedoria para ouvir frustrações com serenidade, avaliar criticamente o que é pertinente e usar isso para fortalecer os relacionamentos e o trabalho que é de todos nós”.

Para além dos conselhos dados por Dallagnol à procuradora-geral, as mensagens mostram que o descontentamento com Dodge ultrapassa as trincheiras da Lava Jato. “Raquel está destruindo o MPF, achincalhando a gente…[…] teria que ser incinerada publicamente, internamente e internacionalmente”, desabafou o procurador Anderson Lodetti, em abril deste ano, em um chat que reúne procuradores além da força-tarefa.

Do El País