Randolfe, o laranja da Lava Jato contra o STF

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Imagem: Geraldo Magela/Agência Senado

As novas revelações da Vaza Jato mostram que uma das estratégia dos procuradores de Curitiba era derrubar ou desgastar ministros do STF que não se mostravam dispostos a permitir suas arbitrariedades.

O reflexo disso se vê no congresso. A nova legislatura no Senado tem sido marcada por tentativas de desgastar ministros do STF considerados opositores da Lava Jato — além de Gilmar, entram nesse rol o presidente da Corte, Dias Toffoli, e Ricardo Lewandowski.

Em fevereiro, foi protocolado um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar abusos cometidos nas Cortes superiores apelidada de CPI da Lava Toga. Proposta pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), contou com o apoio de outros 26 parlamentares –entre eles, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Também foi Randolfe, tido como aliado pela força-tarefa, quem tentou dar prosseguimento a um pedido de impeachment de Gilmar protocolado pelo jurista Modesto Carvalhosa em março. Em junho, o senador apresentou uma questão de ordem para que se desse sequência ao pedido de impeachment contra Gilmar, mas isso não foi adiante.

Na terça-feira (6), o site El País, em parceria com o The Intercept Brasil, mostrou que procuradores da Lava Jato em Curitiba, liderados por Deltan, fizeram um esforço de coleta de dados e informações sobre Gilmar Mendes, com o objetivo de pedir sua suspeição e até seu impeachment. De acordo com as mensagens publicadas, procuradores e assistentes planejaram acionar investigadores na Suíça para tentar provas contra o ministro, o que extrapolaria as competências constitucionais dos procuradores.

Uma aposta da força-tarefa era que Gilmar aparecesse como beneficiário de contas e cartões que Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado como operador financeiro do PSDB, mantinha no país europeu.

Os procuradores de Curitiba informaram, através da assessoria de imprensa do MPF, que “não surgiu nas investigações nenhum indício de que cartões da conta de Paulo Vieira de Souza tenham sido emitidos em favor de qualquer autoridade sujeita a foro por prerrogativa de função”. A nota também diz que “sempre que surgem indícios do envolvimento em crimes de pessoas com foro privilegiado, a força-tarefa encaminha as informações à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal”.

Do UOL