Rosinei Coutinho/SCO/STF

Anulação da Lava Jato pode continuar ampla

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A maioria do STF decidiu na última quinta-feira (26/9) que réus delatados devem se manifestar por último no processo penal. O julgamento está marcado para retornar na próxima quarta (02/10), mas há quem já esteja trabalhando para atrapalhar essa agenda democrática. Por quê? Porque está em jogo a anulação da sentença que considerou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva culpado por corrupção passiva e lavagem dinheiro no caso do sítio de Atibaia. Há outros casos em análise, mas esse, sem dúvida, é o que mais preocupa o outro lado da política.

Setores ligados a golpes de Estado, assim como a imprensa escrava das migalhas dos donos do poder de ocasião, remam contra a maré para derrubar o retorno das discussões da anulação dos casos da Lava Jato, previsto para a próxima quarta-feira (02/10).

Querem baixar o fogo, tirar o tema de discussão pública, trazer a tona outras ‘pautas bombas’ para ofuscar o caso, e assim  oferecer tempo para a Lava Jato se reestruturar, como se isso fosse possível, dentro dos moldes ideais da turminha de Curitiba.

A munição da vez é o caso Janot, que se converte em ótimo holofote para fins de cegueira coletiva, na bolha canalha dos políticos de plantão da direita de Brasília. Hoje o site O Antagonista anunciou que o Janot mudou a agenda do STF. È o que querem. Recado para o presidente da Corte. E fazem uso do procurador-Geral mais perigoso que o País que já teve. Contra o ostracismo, o ex-PGR foi capaz de se entregar de bandeja, para uso de quem quiser. Hienas aproveitam dele e do inimigo, Gilmar Mendes. O tiro que não saiu pode servir de recado, ameaça ou estímulo para loucos de verde e amarelo. O ministro já avisou que não se deixa intimidar e que já sabia há tempos do sanha assassina do ex-procurador Geral da República. Gilmar Mendes, meus caros, não está sozinho. Votaram no sentido de que delatados devem ter prazo superior ao de réus colaboradores para apresentar as alegações finais no processo os ministros Alexandre de Moraes; Rosa Weber; Cármen Lúcia; Ricardo Lewandowski; e Celso de Mello. Na visão deles, a diferença de prazo é necessária para garantir o amplo direito à defesa dos réus delatados.

Não adianta, não há como negar ou encobrir a anulação dos casos da Lava Jato, que seguirá ampla e evidenciando os métodos questionáveis e repreensíveis da operação força-tarefa.

A anulação dos casos diz sobre Lula, Lava Jato, mas diz principalmente sobre o Estado de Direito Democrático no Brasil,  o direito ao contraditório e à ampla defesa. Mas há gente que não tem interesse no cumprimento da Constituição.

Quarta-feira está aí. Que o presidente da Corte não se renda aos ventos golpistas. Vamos acompanhar.

De A Redação