No Senado, Aras distorceu texto de antropólogo

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Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS

O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro não gostou de ter sido citado por Augusto Aras durante a sabatina no Senado.

“Repudio a menção ao meu nome por esse deplorável Aras, indicado à PGR, em sua sabatina no Congresso”, escreveu o antropólogo em sua conta do Twitter, que é fechada.

“Distorceu, adulterou, pisoteou a lição de um texto meu com suas patas sujas. Esse cinismo descarado do governo recorda o ‘Arbeit macht frei’ do portão de Auschwitz”.

 

Em sua fala no Senado, Aras mencionou o antropólogo ao falar sobre os povos indígenas.

“Mas quem quer que estude Viveiros de Castro, no seu perspectivismo, vai compreender a riqueza da necessidade de preservar os costumes, as tradições, o modus vivendi de cada comunidade nativa originária. Nós sabemos que a compreensão de como pensa o outro nos enriquece profundamente, porque nós deixamos de ter uma certa hegemonia do pensamento racional de matriz ocidental, para compreender que o indígena enxerga a sucuri como elo entre o céu e a terra”, disse Aras.

Pouco depois, o indicado à PGR afirmou que “é preciso compreender que o índio, na sua dignidade de ser humano, também quer vida boa, também quer vida compatível com suas necessidades” e que o indígena “tem cem mil hectares de terra disponível e não pode produzir porque é tratado como índio que tem o dever de continuar vivendo com caçador e coletor”.

Da Época