ONU censura Brasil por morte de Ágatha

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Foto: Gilvan de Souza/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

O alto comissariado da ONU para Direitos Humanos confirmou que recebeu uma denúncia de movimentos de favelas do Rio de Janeiro por conta da morte da garota Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos de idade.

A iniciativa foi liderada pelas entidades Papo Reto, Fórum Grita Baixada, Instituto Raízes em Movimento, Fórum Social de Manguinhos, Mães de Manguinhos, Movimento Moleque, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e Arquitetxs Faveladxs, em conjunto com a organização de direitos humanos Justiça Global.

A denúncia visa o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel e contra o Estado Brasileiro pela execução da menina. Na sexta-feira, Ágatha foi atingida por um tiro quando seguia para casa acompanhada de seu avô, na favela da Fazendinha. Ágatha foi levada à UPA do Alemão, mas não resistiu aos ferimentos. “Podemos confirmar que recebemos a carta”, afirmou a ONU, por meio de uma porta-voz.

A entidade destacou que, recentemente, a alta comissária Michelle Bachelet “expressou preocupação sobre a violência policial no Brasil”. “Ela insistiu sobre como a violência policial está afetando de forma desproporcional as pessoas de descendência africana ou pessoas vivendo em favelas”, disse.

“Além disso, ela expressou preocupações sobre o discurso público que legitima as execuções sumárias e o fato de que esses assassinatos estão ocorrendo em um contexto em que há uma ausência de responsabilização”, disse.

Os comentários de Bachelet, na semana passada, deixaram o governo brasileiro irritado. O presidente Jair Bolsonaro rebateu, fazendo apologia ao regime de Augusto Pinochet, responsável pela morte de seu pai.

Neste domingo, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos – orgão da OEA – também se pronunciou, pedindo a “identificação e determinação de responsabilidades pela morte da menina Ágatha, durante uma operação policial no Rio de Janeiro”.

“O Estado deve investigar de maneira urgente e diligente, e sancionar os responsáveis”, declarou a entidade internacional.

Do UOL