Bolsonaro fará viagem à Ásia e Oriente Médio neste mês

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Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro fará um giro pela Ásia e Oriente Médio no final de outubro. Sua primeira parada será no Japão, onde irá à entronização do novo imperador, Naruhito, marcada para o dia 23 de outubro.

Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada na segunda-feira 30, Bolsonaro disse que viajará ao país asiático no dia 22, e brincou que lhe fizeram uma roupa que “nunca pensou que ia usar, com gravata borboleta e tudo”.

A presença de Bolsonaro na entronização é parte de uma viagem maior. Depois do Japão, o presidente fará visitas oficiais a China, Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita.

O tour vem sendo planejado desde os primeiros meses deste ano, em uma tentativa de aproximação após declarações polêmicas de Bolsonaro ainda durante a campanha e no início de seu governo, como críticas à China e a decisão –hoje arquivada– de imitar os Estados Unidos e transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

Durante sua campanha eleitoral, o presidente brasileiro dizia que a China “estava comprando o Brasil”. Mas, desde o início do governo, Bolsonaro fez gestos de aproximação entre os dois países, deixando para trás a fala de candidato.

Em maio, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, viajou à China para tratar das relações comerciais com os asiáticos. No mesmo mês, Hamilton Mourão viajou a Pequim para participar da reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). Durante o encontro, ao lado do vice-dirigente chinês, Wang Qishan, ele discutiu temas como fabricação e venda de aviões da Embraer para os chineses.

Na reunião de cúpula do G20 em junho, Bolsonaro cancelou uma reunião com o presidente Xi Jinping por causa de um atraso na agenda do mandatário chinês. Os dois se encontraram apenas durante um evento com os líderes dos Brics — China, Índia, Rússia e África do Sul.

É do interesse brasileiro atrair investimentos de países como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. No passado, o ministro da Economia dos EAU, Bin Said Al Mansoori, afirmou que é preciso explorar melhor o potencial das relações entre os dois países.

Na reunião em Osaka, o presidente brasileiro também se encontrou com o príncipe saudita Mohammed Bin Salman. Na ocasião, Bolsonaro deixou claro que o intuito da reunião era o de estreitar relações comerciais entre as partes, que é forte e ficou arranhada no início do governo do brasileiro.

Em janeiro, a Arábia Saudita, que é o maior importador de carne de frango do Brasil, suspendeu cinco frigoríficos da lista de exportadores num movimento de retaliação ao anúncio da transferência da embaixada brasileira para Jerusalém. Entre eles estavam os gigantes brasileiros JBS e BRF.

Bin Salman é acusado internacionalmente pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. Na semana passada, em uma entrevista sobre o caso, o príncipe assumiu a responsabilidade pela morte, já que ocorreu sob seu “mandato”, mas disse que “não sabia de nada”.

De acordo com as investigações, 15 pessoas estariam envolvidas no assassinato de Khashoggi e o posterior desmembramento e desaparecimento de seu corpo antes de fugir de Istambul com aviões do governo saudita.

A relatora das Nações Unidas para execuções extrajudiciais, Agnes Callamard, disse em um relatório divulgado no mês de junho que o Estado saudita “deve ser responsabilizado” pelo assassinato e apontou para “evidências credíveis” que ligam Bin Salman à morte de Khashoggi.

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