Alan Santos/PR

Bolsonaro tem foco militar no tour árabe

Sem categoria, Todos os posts, Últimas notícias
Alan Santos/PR
Alan Santos/PR

Crítico dos regimes ditatoriais esquerdistas de Cuba e da Venezuela e do extremismo islâmico do Irã, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, iniciou seu tour por ditaduras. Primeiro, passa pela chinesa, governada pelo Partido Comunista. Depois, viaja pelas ditaduras extremistas islâmicas do Golfo Pérsico em um roteiro que inclui Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita.

No ranking de 167 países do Índice da Democracia da Economist Intelligence Unit, a China ocupa a 130ª colocação. O Catar está em 133º. Ambos superam a Venezuela (134º) e Cuba (142º). Já os Emirados Árabes Unidos (147º) e a Arábia Saudita (159º) conseguem ficar atrás de cubanos e venezuelanos.

A Freedom House, por sua vez, concede uma pontuação a países de acordo com o seu grau de liberdade democrática. Varia de zero (ausência total de democracia) a 100 (democracia plena). A China tem 11 pontos. O Catar aparece um pouco melhor, com 25, assim como os Emirados com 17. Já Arábia Saudita atinge apenas 7.

Chineses e sauditas têm um número de pontos inferior ao da Venezuela (17) e Cuba (14). Todos, incluindo Catar e Emirados, são considerados ditaduras. Como comparação, o Brasil alcança 75; o Chile, 94; a Noruega, 100.

Como já escrevi, Bolsonaro age corretamente ao condenar ditaduras como as da Venezuela e de Cuba. Obviamente, é necessário ter boas relações com a China, principal parceiro comercial do Brasil. Mas por que visitar um líder sanguinário como Mohammad Bin Salman, que impõe um apartheid contra mulheres e xiitas, proíbe sinagogas e mesquitas, comete atrocidades no Iêmen, manda esquartejar um jornalista crítico de seu regime e propaga uma ideologia jihadista usada por organizações como o Estado Islâmico e al-Qaeda? Não adianta argumentar que compram produtos brasileiros porque o Irã também compra e não será visitado.

Ao longo dos próximos dias, eu me aprofundarei em cada uma das ditaduras árabes que serão visitadas por Bolsonaro, especialmente na questão do apartheid contra mulheres e perseguição a minorias religiosas.

OGLOBO