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Caso Marielle: suspeito já foi preso por contrabando

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Detido na manhã de quinta-feira (3) por suspeita de ocultar armas que pertenciam ao PM reformado Ronnie Lessa, um dos acusados de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o empresário José Márcio Mantovano já foi preso e condenado pela Justiça Federal no Rio de Janeiro por contrabandear relógios de luxo.

Em 27 de julho de 2018, por volta das 5h20, Márcio Gordo, como ele é conhecido, desembarcou no aeroporto do Galeão, na zona norte do Rio. Ele chegava de Lisboa. Em solo, escolheu entrar no terminal pelo chamado “canal verde”, destinado a passageiros que não possuem “nada a declarar” quando chegam do exterior.

No entanto, fiscais da Receita Federal abriram a bagagem de Mantovano e encontraram 12 relógios de luxo de marcas estrangeiras —entre eles, dois da grife Rolex— e uma pulseira. O conjunto, sem as devidas notas fiscais, foi avaliado em US$ 76.955,00 (exatos R$ 312.321,87 na cotação atual). De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), que denunciou Mantovano à Justiça, o acusado não apresentou “qualquer comprovante de recolhimento dos tributos devidos sobre a nacionalização das citadas mercadorias”.

Márcio Gordo foi preso em flagrante pela Polícia Federal e, posteriormente, conseguiu responder ao processo em liberdade.

Márcio Gordo foi preso em flagrante pela Polícia Federal e, posteriormente, conseguiu responder ao processo em liberdade. Em sua defesa, ele se apresentou com um “empresário no ramo de vendas de relógios de marcas estrangeiras” e mostrou documentação afirmando que a metade dos relógios apreendidos foram comprados no Brasil. O advogado de Márcio Gordo afirmou que não houve perícia do material e que o caso deveria ser arquivado.

“Não é crível que uma pessoa, que declarou em seu interrogatório que vivia da compra e venda de relógios de marca estrangeira e que disse viajar frequentemente com a finalidade de adquiri-los, transportasse tanto relógios importados para mero uso pessoal sem se preocupar em levar consigo a documentação de propriedade anterior dos mesmos, a fim de evitar problemas com o Fisco, por ocasião de sua chegada no Brasil”, afirmou o MPF na denúncia do caso.

No primeiro semestre, o juiz federal da 2ª Vara Criminal do Rio Marcos Moliari considerou Márcio Gordo culpado pelo crime de contrabando e fixou a pena em um ano de regime aberto (sem encarceramento). Porém, na mesma sentença, o magistrado trocou a punição por uma multa no valor de dois salários mínimos (R$ 1.996), já que ele não tinha antecedentes criminais. A defesa de Márcio Gordo recorreu da decisão, alegando que a sentença não tinha fundamentos jurídicos. O TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) vai analisar o caso.

Descarte de armas no mar Além de Márcio Gordo, também foram detidos ontem Elaine Pereira Figueiredo Lessa e Bruno Figueiredo, mulher e cunhado, respectivamente, do sargento reformado da PM Ronnie Lessa. A quarta pessoa detida é o professor de artes marciais Josinaldo Lucas Freitas. Eles são suspeitos de obstrução de Justiça. A operação, chamada de Submersus, cumpriu também 20 mandados de busca e apreensão. Segundo a Polícia Civil, o grupo teria ocultado armas usadas pelo grupo de Lessa.

De acordo com investigações da DH (Delegacia de Homicídios da Capital), em março, dois dias depois das prisões de Lessa e do ex-policial Élcio de Queiroz, outro acusado de matar Marielle e Anderson, o grupo teria jogado as armas no mar. Sob o comando de Elaine, segundo informou a polícia, o armamento foi descartado próximo às ilhas Tijucas, na altura da Barra da Tijuca, na zona oeste carioca. A defesa de Elaine nega o envolvimento dela no crime.

De UOL