Chanceler paraguaio faz pouco de ameaça de Witzel

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Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

O ministro das relações exteriores do Paraguai, Antonio Rivas Palacios, minimizou as ameaças de fechamento de fronteia feitas por Wilson Witzel no último domingo. As declarações de Palacios foram reproduzidas pelo site do jornal paraguaio Ultima Hora.

– Como governador, pode opinar o que quiser. Levaríamos isso em conta se fosse a opinião do Itamaraty – afirmou o ministro na entrevista.

Palacios lembrou que o estado do Rio fica “um pouco longe” da fronteira brasileira com o Paraguai e disse que, dentro dos mecanismos da Organização das Nações Unidas (ONU), a possibilidade de sanções ao país com base nas acusações de Witzel não é factível:

– Normalmente, não se pode fazer isso.

Procurados, o governo do estado do Rio e o ministério das relações exteriores do Paraguai ainda não se manifestaram sobre as declarações de Palacios.

Em entrevista no último domingo, Witzel afirmou que pretendia pedir ao Conselho de Segurança da ONU o fechamento das fronteiras do Brasil com Bolívia, Colômbia e Paraguai para conter a entrada ilegal de armas e drogas no estado do Rio:

– O próprio conselho pode tomar essa decisão: retaliar Paraguai, Bolívia e Colômbia, no que diz respeito às armas. Países que vendem armas para esses países têm que ser proibidos de fazê-lo, sob pena de continuar esse massacre, essa situação sangrenta que vivemos nas comunidades do Rio – disse o governador na ocasião.

Witzel comentou inclusive que solicitou a ajuda de ministro da justiça brasileiro Sergio Moro na iniciativa:

– Tentei, através do Ministério da Justiça, que o Moro viesse comigo. Se não vier, nós vamos sozinhos, porque o Rio de Janeiro vai fazer o seu trabalho junto à ONU. Já pedi para entrarem em contato com o Conselho de Segurança da ONU para que eu possa expor o que está acontecendo no Rio e pedir providências junto a esses países.

As declarações do governador podem ser lidas como mais um movimento no seu esforço para se posicionar como um candidato competitivo para as eleições presidenciais de 2022. Em outubro, Witzel pretende ir a São Paulo para abrir contato com agentes de segurança locais. O tema é tratado como o grande carro-chefe do seu governo.

Nos próximos meses, o governador vai tentar modular o discurso e mostrar que seu governo não se resume a ações na segurança pública. A primeira meta é reforçar o seu lado social. Lançará o programa Comunidade Cidade, com investimentos de infraestrutura de mais de R$ 2 bilhões. A primeira localidade beneficiada pelo projeto será a favela da Rocinha, na Zona Sul da cidade do Rio.

O globo