Eduardo Bolsonaro insinua que protestos chilenos trarão ditadura

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Foto: Foto: Dida Sampaio/Estadão

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse nesta terça-feira, na Câmara, que caso protestos como os que ocorrem no Chile cheguem ao Brasil, os manifestantes teriam de “se ver com a polícia”. Numa eventual radicalização, segundo o deputado, “a gente vai ver a história se repetir”, sem mencionar a que fato histórico se refere.

“Não vamos deixar, não vamos deixar isso aí vir para cá. Se vier para cá, vai ter de se ver com a polícia. E se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir. Aí é que eu quero ver como é que a banda vai tocar”, disse o filho do presidente da República.

Para o líder da bancada do PSL na Câmara​, o Chile é a referência da América Latina com relação à economia. “Quando José Piñera fez as reformas nos anos 1980 sob a presidência de Pinochet, botou o Chile num círculo virtuoso que até hoje, mesmo quando entra uma esquerdista como a (Michelle) Bachelet no poder, ela não consegue alterar”, disse.

Segundo ele, no Chile, “essa galera está doida para voltar no poder pra mamar de novo nas estatais”. “Então, é isso que está acontecendo no Brasil. Não vamos deixar isso aí vir pra cá. Se vier para cá, vai ter que se ver com a polícia. Se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir. Aí é que eu quero ver como a banda vai tocar”, afirmou.

Ao fim do pronunciamento de Eduardo Bolsonaro, foi possível ouvir gritos de indignação, vaias e aplausos no plenário da Câmara. Mais de 1 milhão de chilenos marcharam pacificamente contra a desigualdade em Santiago na última sexta-feira, no maior protesto desde o retorno do Chile à democracia em 1990.

Estadão