Moro e Dallagnol delatarão um ao outro

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O PSL foi o nono partido que Jair Bolsonaro usou desde 1989; Dallagnol foi útil a Sergio Moro nos últimos cinco anos. Tanto o partido quanto o procurador acabam de ser descartados pelos espertalhões que os usaram. A temporada de traições está só começando.

O ex-deputado petista Wadih Damous fez uma pergunta interessantíssima no Twitter:

Moro evitou falar com Dallagnol em um restaurante em Brasília. Ao saber disso, pensei cá com meus botões: em futuro próximo, qual dos dois fará a delação premiada e qual dos dois será o delatado?

A origem dessa questão está em reportagem do jornal O Estado de SP que informa que o ex-juiz e o (ainda) chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, encontraram-se em um restaurante em Brasília e o procurador, vendo Moro chegar, levantou-se para cumprimentá-lo e foi solenemente ignorado.

Moro ignorou Dallagnol porque neste momento, ao menos, a situação do procurador é muito pior do que a sua e pode “queimar seu filme”. Enquanto Moro ainda desfruta de considerável apoio popular, o procurador está no “bico do corvo” no Ministério Público. Com mais de uma dezena de processos no CNMP, espera-se que seja afastado da Lava Jato em breve.

Para complicar ainda mais a vida de Dallagnol – mas não menos a de Moro –, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que as mensagens da Vaza Jato já chegaram ao gabinete do Ministério Público Federal (MPF) para serem avaliadas.

Já Bolsonaro, esse tampouco surpreende na mais nova traição a um aliado. Essa é a história de vida dele. Está jogando ao mar  o nono partido do qual se serviu nos últimos 30 anos. Porém, está ficando sozinho. Ou ele acha que ninguém percebe que ele usa os outros e joga fora?

No futuro próximo, um trairá o outro, um delatará o outro. Porque não há honra entre ladrões. E todos são traidores compulsivos. Assim como o escorpião da fábula, trair está em seus DNA’s. Não conseguem evitar.

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