Parlamentares declaram guerra de moções
Gentilezas entre Macron e Bolsonaro é coisa do passado. Na Câmara, governistas “repudiam” o presidente francês; e a oposição faz o mesmo com o brasileiro (Frederico Mellado/ARG/Flickr)
Veja como parte do Congresso resolveu transformar os trabalhos do Parlamento numa grande votação de Câmara de Vereadores.
A nova moda na Câmara é uma espécie de “guerra” de moções entre bolsonaristas e a oposição. Há pelo menos 40 moções de repúdio ou aplauso tramitando na Casa.
Do lado do governo, há moções de repúdio a Emanuel Macron, por suas críticas a Jair Bolsonaro e à Amazônia, e de aplauso à ação do governador Wilson Witzel no episódio da morte do sequestrador da ponte Rio-Niterói.
Os opositores usam mais esse recurso e já conseguiram aprovar moções de apoio a Fernanda Montenegro, alvo de críticas do diretor da Funarte, e de repúdio ao discurso de Bolsonaro na ONU.
Na prática, a aprovação de uma moção não tem consequência, exceto de ficar registrada para os anais e irritar o outro lado. E aparecer no noticiário.
“Temos mais o que discutir nessa comissão, como projetos de lei, do que ficar votando moções o tempo inteiro. A Comissão de Cultura é disparada a mais ideologizada de todas as 25 comissões desta Casa”, irritou-se o deputado Luiz Lima (PSL-RJ), da base do governo.
Abaixo algumas das moções que tramitam.
1 – moção de repúdio à paródia “Sítio do Pica-Pau com Sequela”, do programa Zorra Total. Autor: Sanderson (PSL-RS).
2 – moção de repúdio a Bolsonaro por seus ataques a Michelle Bachelet, Comissária da ONU. Autor: Ivan Valente (PSOL-RJ)
3 – moção de aplauso a Wilson Witzel pela atuação da PM no sequestro do ônibus na ponte Rio-Niterói. Autor: Capitão Augusto (PL-SP).
4 – moção de repúdio às declarações do diretor da Funarte contra Fernanda Montegro. Autor (várias deputados do PT, PCdoB e PSOL)
5 – moção de repúdio por Lula ter recebido US$ 1 milhão do ex-ditador Líbio Muamar Kadafi para financiamento de campanha. Autor: Filipe Barros (PSL-PR).
6 – moção de repúdio contra discurso de Jair Bolsonaro na ONU. Autora: Áurea Carolina (PSOL-MG).
De VEJA