Polícia prende mulher e cunhado de acusado de matar Marielle

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Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira (3) quatro pessoas em uma operação relacionada à morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

Entre elas, está Elaine de Figueiredo Lessa, mulher do sargento reformado da PM Ronnie Lessa, acusado de ser o assassino da vereadora e do motorista.

Além de Elaine, a polícia prendeu Bruno Figueiredo, irmão de Elaine, Márcio Montavano, o “Márcio Gordo”, e Josinaldo Freitas, o “Di Jaca”. O trio é suspeito de ajudar a ocultar provas. Ronnie Lessa também é alvo de mandado, mas ele já está preso.

As acusações são de obstrução de justiça, porte de arma e associação criminosa. A operação, chamada de “Submersus”, ainda cumpre 20 mandados de busca e apreensão

O advogado de Elaine, Fernando Santana, disse que ficou surpreso com a prisão “Elaine era testemunha, prestou depoimento aqui [na Delegacia de Homicídios] e agora foi presa?”, questionou o defensor. O UOL não conseguiu contado com a defesa dos demais suspeitos.

​Segundo a Polícia Civil, o grupo teria ocultado armas usadas pelo grupo de Ronnie, entre elas a submetralhadora HK MP5, que teria sido usada para matar Marielle e Anderson.

De acordo com as investigações da Delegacia de Homicídios (DH) da capital, em março deste ano, dois dias depois das prisões de Ronnie e do ex-policial Élcio de Queiroz, outro acusado de matar Marielle e Anderson, o grupo teria jogado as armas no mar. Sob o comando de Elaine Lessa, conforme a polícia, o armamento foi descartado próximo às ilhas Tijucas, na altura da Barra da Tijuca.

Para a DH, Montavano tirou uma caixa com armas de um apartamento no bairro da Pechincha, na zona oeste do Rio, levou-a até Freitas, que havia contratado o serviço de um taxista para transportá-la até o Quebra-Mar, de onde saiu o barco que levou o material até o oceano.

Já Bruno Figueiredo é acusado de ajudar Montavano na execução do plano. Com o auxílio de mergulhadores do Corpo de Bombeiros e da Marinha, foram realizadas buscas no local, mas nada foi encontrado. A profundidade e as águas muito turvas dificultaram o trabalho, segundo a Polícia Civil.

Um pescador, segundo a investigação, revelou que foi contratado por um homem, identificado depois como “Di Jaca”, recebendo R$ 300 para levá-lo ao local onde “fuzis e pequenas caixas”, que estavam em uma mala e em uma caixa, seriam jogados no mar.

Marielle e Anderson foram assassinados a tiros em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, Centro do Rio. Eles estavam dentro de um carro quando o crime aconteceu. A vereadora voltava de um evento chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na Lapa, também na região central, quando um carro emparelhou com o veículo em que ela estava e efetuou disparos.

Acusado do assassinato, Ronnie Lessa está preso na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Além dele, o ex-policial Élcio Queiroz, que foi expulso da Polícia Militar, também está preso sob a acusação de ter matado Marielle e seu motorista.

Da FSP