Saiba quem irá depor na CPI das fake news

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Foto: Reprodução

A CPI mista das Fake News instaurada no Congresso Nacional, que investiga a disseminação de informações falsas no debate digital, já aprovou uma série de requerimentos para a convocação ou convite de pessoas para prestar depoimento. A lista vai de atores globais a membros do governo federal.

Até agora, seis assessores de Jair Bolsonaro que também trabalharam na campanha do presidente foram convocados – entre eles estão os membros do chamado “gabinete do ódio”, lotados atualmente na Secretaria de Imprensa do Planalto. O chefe da Secretaria Especial da Comunicação da Presidência da República (Secom), Fábio Wajngarten, e o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, também terão de prestar depoimento à CPI.

Os parlamentares membros da CPI podem fazer dois tipos de requerimentos de depoimento: a convocação, que é quando a pessoa é obrigada a comparecer para prestar depoimento e, caso não vá, deve justificar a ausência; e o convite, no qual a pessoa pode aceitar ou não comparecer, sem obrigatoriedade de justificativa.

Campanha de 2018

Além desses nomes próximos a Bolsonaro, deputados da oposição também conseguiram aprovar a convocação dos representantes de empresas de marketing digital e impulsionamento de conteúdo nas redes sociais que prestaram serviço à campanha bolsonarista de 2018.

Protagonistas do racha do PSL entre “bolsonaristas” e “bivaristas”, os deputados Joice Hasselmann (SP), ex-líder do governo no Congresso, e Delegado Waldir (GO), ex-líder do PSL na Câmara, por enquanto, foram apenas convidados. Ou seja, não são obrigados a comparecer. O ex-ministro da Secretaria de Governo, general Alberto dos Santos Cruz, e o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) também foram convidados.

Artistas e youtubers
Alguns nomes curiosos aparecem na lista de convidados, como os atores globais Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank e Taís Araújo – vítimas de ataques nas redes sociais – , a senadora democrata e pré-candidata à presidência dos EUA Elizabeth Warren, o cantor e compositor Caetano Veloso e sua mulher, a produtora Paula Lavigne, e o youtuber Felipe Neto estão convidados a prestar depoimento da CPI.

A comissão foi instituída oficialmente com os seguintes objetivos: investigar ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público; a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018; a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre agentes públicos; e o aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.

Vejam quem são os convocados ou convidados até agora a prestar depoimento da CPI das Fake News – os nomes abaixo foram aprovador por requerimentos:

​Funcionários do governo

Fábio Wajngarten – chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Filipe G. Martins – assessor especial da Presidência para assuntos internacionais

Rebecca Félix da Silva Ribeiro Alves – assessora da Presidência da República

Tercio Arnaud Tomaz, José Matheus Salles Gomes, Mateus Matos Diniz – atualmente assessores especiais lotados na Presidência da República

Sérgio Augusto de Queiroz – Secretário Nacional de Proteção Global, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Representantes de empresas de tecnologia

Leandro Nunes Silva – sócio da empresa Quick Mobile

Peterson Rosa Querino – sócio da empresa Quick Mobile.

Jussara Pereira Cunha – ex-funcionária da Quick Mobile.

Flávia Alves e Lindolfo Antônio Alves Neto – sócios-proprietários da empresa Yacows, especializada em marketing digital

Hans River do Rio Nascimento – ex-funcionário da empresa Yacows

Nicolás Hinojosa – engenheiro boliviano criador de software de envio de mensagens em massa pelo WhatsApp

Taíse de Almeida Feijó – ex-funcionária da empresa AM4 Brasil Inteligência Digital LTDA

André Luiz Almeida Torretta – representante legal da empresa CA Ponte

Empresários

Luciano Hang – empresário e dono da rede de lojas Havan, conhecido apoiador de Jair Bolsonaro

Paulo Marinho – empresário carioca e suplente do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), trabalhou na campanha de Jair Bolsonaro.

Mário Gazin – empresário que apoiou Bolsonaro nas eleições

Eduardo Mufarej – empresário e fundador do movimento de renovação Renova BR.

Influenciadores

Allan dos Santos – fundador do site Terça Livre e um dos influenciadores na rede bolsonarista.

Otávio Oscar Fakhoury – um dos responsáveis pelo site bolsonarista Crítica Nacional.

Paulo Enéas – editor do site Crítica Nacional.

Sr. Bernardo Pires Kuster – youtuber paranaense, é um influenciador na rede bolsonarista.

Políticos

Gleisi Hoffman – deputada federal e presidente nacional do PT

Outros

Soraya Soares da Nóbrega Escorel – promotora de Justiça da Criança e Adolescente de João Pessoa (PB), para debater sobre o aliciamento e pornografia infantil na internet.

Alessandro Barreto – delegado da Polícia Civil, participante da operação “Luz da Infância”, que há três anos investiga crimes de armazenamento, compartilhamento e produção de pornografia infantil.

Lola Aronovich – professora universitária e blogueira feminista, foi alvo de uma campanha difamatória nas redes.

Além disso, foram convocados representantes legais no Brasil das seguintes empresas: WhatsApp, Google, Twitter, YouTube, Instagram, The Intercept Brasil, Telegram, Telefonia Nextel, Telefonia Claro, Telefonia Oi, Telefonia Tim, Telefonia Vivo, Croc Services, Kiplix, Deep Marketing, SMS Market, TextNow e Envia Whatsapp.

O deputado Celso Russomano também apresentou um requerimento – aprovado – de convocação de um representante legal do jornal Correio Braziliense devido a uma matéria de 2012 que afirmava que o então candidato nas eleições municipais daquele ano era dono de uma conta bancária operada por uma organização criminosa.

Veja a lista dos convidados – que não são obrigados a comparecer – à prestar depoimento na CPI das Fake News

Membros do governo:

Damares Alves – ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Políticos:
Delegado Waldir – deputado federal, ex-líder do PSL na Câmara.

Joice Hasselmann – deputada federal, ex-líder do governo no Congresso.

Carlos Alberto dos Santos Cruz – general da reserva do Exército e ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro.

Alexandre Frota – deputado federal que foi expulso do PSL após críticas ao presidente e seus filhos e se filiou ao PSDB.

Manuela D’Ávila – ex-deputada do PCdoB e ex-candidata à Vice-Presidência da República na chapa de Fernando Haddad (PT)

Elizabeth Warren – senadora americana do Partido Democrata, tem criticado publicamente as grandes empresas de tecnologia. É pré-candidata à Presidência dos EUA.

Damian Collins – membro do Parlamento Britânico que coordenou investigação sobre desinformação no Brexit.

Ministério Público e Judiciário
Rosa Weber – ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Raquel Dodge – ex-procuradora-geral da República

Neide Cardoso de Oliveira – procuradora regional da República, trabalha em investigações de crimes cibernéticos no País.

Influenciadores

Felipe Neto – youtuber

Felipe Moura Brasil – diretor do jornalismo da Jovem Pan e colunista da Crusoé

Claudio Prado – filósofo, conhecido pelo sucesso de seu canal de reflexões no YouTube.

Artistas

Giovanna Ewbank – atriz, modelo e apresentadora, sofreu ataques racistas nas redes por causa de sua filha adotiva, que é negra.

Bruno Gagliasso – ator e empresário.

Carolina Dieckmann – atriz e modelo.

Taís Araújo – atriz e apresentadora.

Paula Lavigne – atriz, produtora e empresária.

Caetano Veloso – músico, compositor e escritor.

Josias Teófilo – cineasta brasileiro.

Pesquisadores e especialistas

Sra. Marlova Jovchelovitch Noleto – representante da Unesco no Brasil.

Ana Lima – pesquisadora do Instituto Paulo Montenegro e coordenadora da pesquisa Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf)

Fábio Malini – coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (LABIC) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Flávia Lefévre – representante da sociedade civil no Comitê Gestor da Internet.

Francisco Brito Cruz – diretor do InternetLab, para debater nesta CPMI.

Walter Capanema – diretor da Smart3 Consultoria e Treinamento e professor da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro.

Edison Lanza – relator especial para liberdade de expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Fabrício Benevenuto – professor associado do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Ph.D. em Ciência da Computação pela mesma instituição.

Claudio Renato do Canto Farag – ex-procurador federal.

Guido Amin Naves – general de divisão do Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército e Comandante da Defesa Cibernética.

Diogo Rais – doutor em Direito Constitucional pela PUC-SP.

Maurício Moura – doutor em Economia e Política do Setor Público e fundador da Ideia Big Data.

Lillian Jorge Salgado – presidente do Comitê Técnico do Instituto Defesa Coletiva.

Lina Menezes – diretora da Faz Muito Bem 50+ Longevidade, Saúde e Cidadania

Madeleine de Cock Buning – coordenadora do painel de alto nível da Comissão Europeia para desinformação

João Brant – pesquisador associado ao Observatório Latinoamericano de Regulação de Meios e Convergência

Helena Martins – representante do Telas, Laboratório de Pesquisa em Tecnologia, Políticas e Economia da Comunicação

Diego Dorgam – professor e pesquisador da Universidade de Brasília – UnB

Veridiana Alimonti – coordenadora de Políticas Públicas para América Latina da Eletronic Frontier Foundation, organização de defesa da liberdade de expressão no ambiente digital, e integrante do grupo da OEA que debate o tema

Sergio Amadeu – doutor em Ciência Política e integrante do Comitê Gestor da Internet no Brasil.

Rafael Evangelista – representante do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade de Campinas (Unicamp).

Ronaldo Lemos – advogado, professor e especialista em temas como tecnologia e mídia digital.

Marilena Lazzarini – presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC)

Marina Pita – coordenadora executiva e de relações institucionais do Intervozes.

Miguel de Andrade Freitas – coordenador do laboratório de Pesquisa em Tecnologia de Inspeção da PUC-RJ

Pedro Mourão – professor, estuda a disseminação de notícias falsas através das redes sociais

Bruna Martins dos Santos Martins – analista de advocacy e políticas públicas na Coding Rights, organização que trabalha na defesa de direitos nas redes.

Marco Aurélio Rudieger – diretor da Diretoria Análise de Políticas Públicas (DAPP) da FGV.

Antônio Dráuzio Varella – médico oncologista e escritor, se destaca no combate ao movimento antivacina.

Carlos Afonso Caldeira Filho – sócio-diretor da Mentis Consultoria e da KC&D.

Coriolano Aurélio de Almeida Camargo Santos – presidente da Comissão de Direito Eletrônico e Crimes de Alta Tecnologia da OAB/SP.

Jornalistas

Silvia Salek – diretora de redação da BBC News Brasil, responsável pelo projeto Oficina de Leitura Crítica de Notícias.

Gilberto Scofield Jr. – diretor de Estratégia e Negócios da Agência Lupa.

Daniel Bramatti – jornalista, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), editor do Estadão Dados e do Estadão Verifica.

Emanuel Colombié – coordenador para América Latina dos Repórteres sem Fronteiras.

Eliane Brum – jornalista, colaboradora do jornal britânico The Guardian.

Maria Julia Coutinho – jornalista e apresentadora

Claire Wardle – representante da First Draft Coalition, organização internacional de checagem de fatos.

Paulo Jerônimo de Sousa – presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

Renata Mielli – representante do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Ricardo Gutiérrez – Secretário Geral da Federação Europeia de Jornalistas (EFJ).

Andrew Korybko – autor do livro “Guerras Híbridas: das revoluções coloridas aos golpes”, jornalista, conselheiro do Instituto de Estudos e Previsão Estratégicos e especialista em geopolítica.

Patrícia Campos Mello – jornalista responsável por reportagens sobre o suposto esquema ilegal de disparos em massa no Whatsapp a favor de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018.

Rubens Valente – jornalista.

Taís Seibt – jornalista e professora da Unisinos.

Marcos Petrucelli – ex-jornalista da rádio CBN.

Luís Nassif – jornalista, diretor do portal GGN.

Além desses nomes, foram convidados representantes de portais de checagem de notícias, de sites de notícias ligados à esquerda, de entidades de representação de jornalistas, do Centro de Valorização da Vida (CVV), de policiais federais, do Conselho Federal de Psicologia e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Estadão