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Jornal francês destaca ‘filho agressivo’ de Bolsonaro

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O periódico francês “Le Monde” publicou nesta sexta-feira (29) um artigo sobre a forte representatividade de Carlos Bolsonaro no governo do seu pai, Jair Bolsonaro, principalmente sobre sua atuação nas redes sociais do presidente, com ênfase na tendência agressiva de seu discurso.

O periódico francês “Le Monde” publicou nesta sexta-feira (29) um artigo sobre a forte representatividade de Carlos Bolsonaro no governo do seu pai, Jair Bolsonaro, principalmente sobre sua atuação nas redes sociais do presidente, com ênfase na tendência agressiva de seu discurso.

Posts indecifráveis

O texto chama suas postagens de ofensivas (principalmente em relação aos movimentos feministas e de esquerda), e de às vezes indecifráveis ​​(como quando ele tuíta uma série de emojis de animais, sem maiores explicações). Recentemente, ele incomodou até mesmo seus seguidores mais próximos, comparando, por meio de montagens medíocres, seu pai com o personagem de Thanos, o supervilão do filme “Vingadores”, dos estúdios Marvel.

Mas, de acordo com o periódico, Carlos também saberia usar o Twitter para conseguir o que quer. Só este ano ele já teria derrubado dois desafetos, obtendo em fevereiro a saída do secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, acusado na mesma rede social de falsidade, e, em junho, o afastamento do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, secretário do governo, forçado a deixar o cargo após uma violenta campanha lançada contra ele nas redes sociais. E presumidamente liderada por Carlos, afirma o Le Monde.

Forçado a pedir desculpas

Aos 36 anos, “Carluxo” está longe de ser um recém-chegado na política. Formado em Ciências Aeronáuticas, foi eleito em 2000, com apenas 17 anos, vereador do Rio de Janeiro, onde atualmente está completando seu quinto mandato. Em duas décadas, como Jair, seus cavalos de batalha mudaram pouco: redução da maioridade penal e aumento dos poderes policiais.

Mas Carlos às vezes tropeça, cita o jornal francês: no início de setembro, depois de tuitar intempestivamente que “pela via democrática, a transformação desejada pelo Brasil não ocorrerá na velocidade que queremos”, ele foi criticado pelo próprio vice-presidente, Hamilton Mourão, que respondeu que “(a democracia) é fundamental” e representa um dos “pilares da civilização ocidental”. Pior que isso: há três semanas, o “Pitbull” foi forçado a se desculpar, admitindo ter publicado um post no Twitter paterno, sem o seu consentimento.

Teria sido o “Pitbull” que publicou no final de outubro, em nome do presidente, um vídeo mostrando um leão de Jair Bolsonaro, assediado por hienas representando partidos políticos, ONGs, mídia, o Supremo Tribunal e até a ONU?, questiona o artigo. Teria sido também ele quem, alguns dias depois, teria organizado a gravação e transmissão da Arábia Saudita de um vídeo do chefe de Estado, com lágrimas nos olhos, em estado de colapso nervoso, tratando os jornalistas da Globo como “podres” e “bastardos sem escrúpulos”? Ambas as iniciativas foram, de qualquer forma, desastres midiáticos.

Súbito apagão virtual

O texto termina destacando que “Zero Dois” acaba de ver sua estrela desaparecer. Mas ninguém esperava que ele mesmo desaparecesse completamente da web. Na semana passada as contas de Carlos Bolsonaro no Twitter, Facebook e Instagram foram subitamente desativadas, sem explicação. De sua parte, o Twitter já negou qualquer responsabilidade. Questionado pelo jornal Folha de São Paulo, um parente de Carlos Bolsonaro evocou vagamente uma “desintoxicação” digital, sem convencer muitas pessoas, conclui o correspondente do jornal em São Paulo.

RFI