Ministro de Bolsonaro responde no STF por difamação
Foto: Jorge William / Agência O Globo
A ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia deu prazo de quinze dias para o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, responder, se quiser, à queixa-crime ajuizada pelo Greenpeace por suposto crime de difamação. A organização alega que Salles violou a lei ao acusá-la de depredar patrimônio público e insinuar envolvimento no vazamento de óleo que atingem as praias nordestinas.
Em um dos casos citados no processo, o Estadão Verifica, núcleo de fact-checking do ‘Estado’, apontou que a declaração de Salles sobre a passagem do navio Esperanza é enganosa. Diferentemente do que disse o ministro, a embarcação só passou pelo Brasil um mês depois do aparecimento das manchas no Nordeste, e não na mesma época.
O prazo concedido por Cármen Lúcia é praxe e serve para o acusado prestar explicações e/ou esclarecer eventuais ambiguidades ou dubiedades sobre a queixa-crime.
A organização foi ao STF contra manifestações do ministro sobre a ONG e destacou tuítes de Salles contra o protesto realizado pela entidade em frente ao Palácio do Planalto, em outubro. Segundo o Greenpeace, Salles acusou o grupo de depredar o patrimônio público nas redes sociais e em entrevista concedida ao jornal Correio Brasiliense.
“As afirmações do sr. Ministro são claríssimas no sentido de imputar a uma organização notoriamente pacífica o ato de depredar ou destruir o patrimônio público, o que se dirigido a pessoa jurídica caracteriza o delito de difamação”, afirma.